IPCA: inflação oficial registra alta de 0,83% em fevereiro, com impacto da educação
Mercado e prévia divulgada no mês passado pelo IBGE apontavam valores 0,78% mais caros
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, mostra que os preços subiram 0,83% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12).
O índice ficou 0,41 ponto percentual (p. p.) acima do registrado em janeiro (0,42%), demonstrando alta na inflação.
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No ano, o IPCA acumulou 1,25% e, nos últimos 12 meses correntes, 4,50%. A aceleração, inesperada tanto pelo IBGE quanto pelo mercado, foi principalmente impactada pela educação, que teve a maior variação (4,98%), com impacto de 0,29 p.p. no índice geral (0,83%).
Dos nove grupos observados pelo IBGE, sete apresentaram alta, segundo a pesquisa, na comparação com janeiro, como alimentação e bebidas (0,95%), transportes (0,72%) e habitação (0,27%).
Segundo o IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do Brasil, divulgado no último dia 27, os preços subiriam 0,78% no mês de fevereiro.
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Educação
Em comparação com fevereiro de 2023 (0,84%), a contribuição do setor das escolas poderia ser esperada, tendo em vista os reajustes habituais do início do ano letivo. Gastos com ensino médio apontaram uma alta de 8,51%; no ensino fundamental, foi de 8,24%. Veja outros reajustes:
- Creche — 6,03%;
- Cursos regulares — 6,13%;
- Pré-escola — 8,05%;
- Curso técnico — 6,14%;
- Ensino superior — 3,81%;
- Pós-graduação — 2,76%.
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Alimentação e bebida
Comer dentro de casa também ficou mais caro: alta de 1,12% em fevereiro. Contribuíram para esse resultado preços de cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%), frutas no geral (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%).
Fora dos domicílios, a inflação também acelerou no comparativo com o primeiro mês do ano (0,25%). Subiu 0,49%. O subitem refeição (0,67%) teve variação superior à registrada janeiro (0,17%), enquanto lanche (0,25%) desacelerou.
Transportes
Contribuindo para o setor observado, todos os combustíveis (2,93%) pesquisados tiveram alta:
- Etanol — 4,52%;
- Gasolina — 2,93%;
- Gás veicular — 0,22%;
- Óleo diesel — 0,14%.
Valores de passagens aéreas tiveram queda nos preços e impactaram o índice do grupo em -0,09 p. p., registrando uma queda de -10,71%. Na mobilidade urbana, táxis subiram 0,64% devido a reajustes; ocorreu algo semelhante em ônibus urbano (1,91%), com aumento das passagens de ônibus.
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Habitação
No observado, a alta da taxa de água e esgoto (0,11%) foi influenciada pela apropriação residual dos seguintes reajustes: de 31,75% em São Luís (4,89%), a partir de 5 de janeiro; reajuste médio de 4,21% em Belo Horizonte (0,36%), a partir de 1º de janeiro; e de 4,18% em Campo Grande (0,52%), a partir de 3 de janeiro.
Já o gás encanado caiu: -1,40%.
NPC
Também foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A principal diferença dele para o IPCA é que apura a inflação para famílias com renda de um a cinco salários mínimos.
O resultado do INPC em fevereiro, 0,81%, ficou 0,24 p.p. acima do resultado observado em janeiro (0,57%), acumulando alta de 1,38%. Também nos comparativos, nos últimos 12 meses correntes, atingiu 3,86% — acima dos 3,82% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2023, a taxa foi de 0,77%.
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Produtos alimentícios passaram de 1,51% de variação em janeiro para 0,95% em fevereiro. A variação dos não alimentícios foi maior: 0,77% em fevereiro frente à alta de 0,27% no mês anterior.
As famílias de Aracaju foram as mais afetadas pelas altas, sobretudo pela influência da gasolina (10,45%). A menor variação regionalizada ocorreu em Goiânia (0,51%), puxada pelas quedas da passagem aérea (-23,75%) e das carnes (-1,40%).