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Economia

iFood anuncia compra de três startups para gestão de restaurantes

Gigante de entregas online quer integrar soluções para serviço no presencial; CEO defende taxas de reajuste a entregadores

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O iFood anunciou nesta quarta-feira (30), último dia do Web Summit Rio, a compra de três startups de tecnologia. Com as aquisições, a empresa, líder no segmento de entregas de pedidos online, quer entrar nos salões dos restaurantes e integrar os mundos físico e digital.

"Esses investimentos reforçam nossa estratégia de integrar o que o iFood faz no online com o offline, criando uma otimização de custo e eficiência para o restaurante", diz ao SBT News Diego Barreto, CEO do iFood. "Do lado do consumidor, vai ter uma melhor experiência com a integração de dados de compras."

Barreto conta que o comportamento do consumidor é diferente no online e no presencial. Enquanto offline as pessoas costumam ir aos mesmos restaurantes, no mundo digital, buscam experimentar mais opções, de cozinhas diferentes. E integrar dados dos dois mundos permite aos restaurantes oferecer incentivos mais adequados a cada consumidor.

Com a aquisição da OPDV, da 3S checkout e da Saipos, o iFood pretende ajudar os empresários a otimizar o fluxo operacional e melhorar a gestão.

A empresa, conhecida pela entrega, tem soluções de pagamento, banco de dados, programa de benefícios, além de conceder financiamento a bares e restaurantes. Recentemente, também lançou uma máquina de cartão, batizada de "maquinona" (em contraposição à "maquininha") que consegue, na hora do pagamento, ter dados do comportamento do usuário. O investimento em tecnologia justifica a presença no Web Summit, que reuniu 34 mil pessoas no Riocentro entre domingo (27) e esta quarta-feira (30).

"O Web Summit é um evento super importante para o ecossistema brasileiro. Cinco anos atrás seria impensável ter quatro pavilhões, uma área enorme dedicada a soluções criadas por brasileiros para brasileiros e sonhando em ser globais", afirma Barreto. "Muito do que a gente está fazendo é devolver para o ecossistema. Apesar de a gente ter o espírito de startup, a gente está num momento de trazer recursos, pessoas e abrir nosso espaço para inovação."

Reajuste dos entregadores

Na terça-feira (29), o iFood anunciou um reajuste da taxa mínima paga aos entregadores. A decisão vem um mês depois da paralisação promovida pelos entregadores por melhores condições de trabalho.

A partir de junho, a taxa mínima paga aos entregadores de bicicleta subirá de R$ 6,50 para R$ 7; para os que usam carro ou motocicleta, passa de R$ 6,50 para R$ 7,50. A proposta ficou abaixo dos valor pedido pela categoria, de R$ 10.

"Sempre vamos ouvir, do lado do entregador, que poderia ser mais, mas precisamos equilibrar o que o consumidor está disposto a pagar, o que o restaurante está disposto a pagar e o que o entregador está disposto a receber", afirma Diego Barreto ao SBT News. "Nesse equilíbrio, a balança tem que pender para o entregador. Por isso que não só a gente vem subindo o valor acima da inflação mas tem trazido outros benefícios, mas é importante ter essa sabedoria para não reduzir a demanda do lado do consumo."

Barreto também destaca que a empresa tem uma política anual de reajuste em vigor desde 2022, sempre com repasses acima da informação. "Esse valor tem representado para os entregadores um incremento grande em termos de renda. Se você comparar o valor líquido de hora trabalhada no iFood, já descontados os custos da moto ou da bicicleta, ele já é duas vezes o salário mínimo", afirma o CEO do iFood. "Ou seja, o trabalhador que hoje trabalha com entregas 8h por dia, 5 dias na semana, está ganhando dois salários mínimos, e só 30% da população brasileira ganham isso ou mais."

Além disso, segundo Barreto, a empresa tem crescido mais do que o número de entregadores que entram na plataforma. "Não só o valor unitário sobe, mas a demanda por entregador sobe e isso tem permitido a gente evoluir."

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