Greve dos entregadores: iFood diz respeitar paralisação e estudar reajuste
Categoria cobra aumento da taxa mínima de entrega e outras melhorias nas condições de trabalho

Camila Stucaluc
Entregadores por aplicativo de todo o Brasil paralisaram os serviços entre esta segunda (31) e terça-feira (1º) para reivindicar melhores condições de trabalho. A greve pressiona gigantes do sistema de delivery, como o iFood, que divulgou uma nota dizendo estar disposto a dialogar com a categoria.
A principal reivindicação dos entregadores é o reajuste da taxa mínima de entrega (de R$ 6,50 para R$ 10), pois está inalterada há três anos, apesar da inflação. Os trabalhadores também cobram aumento do valor por km (de R$ 1,50 para R$ 2,50), limitação de 3 km para rotas de bicicleta e pagamento de taxa integral por entrega quando há múltiplos pedidos no mesmo trajeto.
“Estamos atentos ao cenário econômico e estudando a viabilidade de um reajuste para 2025”, disse o iFood. “É importante ressaltar que, nos últimos três anos, os ganhos dos entregadores foram aumentados de várias maneiras. De 2022 até 2024, os ganhos líquidos médios por hora trabalhada na plataforma foram 2,2 vezes superiores ao salário mínimo-hora”, acrescentou a empresa.
No comunicado, o iFood também salientou que os entregadores têm acesso a seguro pessoal gratuito para casos de acidentes durante as entregas, planos de saúde e programas de educação. Há, ainda, apoio jurídico e psicológico para casos de discriminação, assédio ou agressão.
“Respeitamos o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores e entregadoras. O iFood segue disponível para o diálogo com os entregadores na busca por melhorias para os profissionais e para todo o ecossistema”, finalizou a empresa.
+ Deputados de SP aprovam lei que exige chip em mochila de entregadores por aplicativo
Apesar do iFood dizer estar aberto ao diálogo, a categoria, representada pela Aliança Nacional dos Entregadores de Aplicativos (Anea), relata o contrário. Segundo o grupo, o iFood chegou a receber uma comissão de entregadores, mas negou todas as reivindicações. “Um verdadeiro sarro. Nenhuma proposta, nenhum avanço. As plataformas seguem lucrando, enquanto quem faz é ignorado.”