Haddad diz que aumento da taxa de juros foi surpresa "por um lado"
Ministro da Fazenda afirma que pacote de cortes de gastos pode ser aprovado em uma semana
SBT News
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que se surpreendeu com o aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros anunciada nesta quarta-feira (11) pelo Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central.
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"Foi [surpresa], por um lado. Mas, por outro lado, tinha uma precificação nesse sentido. Vou ler com calma, analisar o comunicado, falar com algumas pessoas depois do período de silêncio", declarou Haddad a jornalistas na saída do ministério.
Nesta, que foi a última reunião sob gestão de Roberto Campos Neto, o comitê elevou a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão ocorreu de maneira unânime. No comunicado, o BC informou ainda que pretende manter essa alta nas duas próximas reuniões do Copom, em janeiro e março. Caso se confirmem essas duas altas, a taxa chegará a 14,25%.
Pacote travado
Diante do cenário de paralisia do Congresso Nacional para avaliar o pacote de corte de gastos enviado pelo governo, o ministro demonstrou certo otimismo. Disse que, se quiserem, em uma semana, os parlamentares aprovam a proposta.
"Esse tipo de coisa é difícil de processar no Congresso Nacional. A gente mandou um ajuste que consideramos adequado e viável politicamente", disse.
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Para o próximo ano, a estimativa do governo é que sejam cortados R$ 70 bilhões das despesas da União.
Nesta semana, o projeto ficou paralisado por conta de um impasse entre os deputados e senadores a respeito das emendas parlamentares. Os congressistas querem a liberação imediata dos recursos, que ficaram emperrados após uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Dentro da Câmara, a indicação é que o pacote será votado apenas em 2025.