Médico de Lula diz que nova cirurgia “já era esperada” e é “de baixo risco”
Especialista ouvido pelo SBT News pondera, porém, que procedimento representa “certa gravidade” no quadro do presidente
Lara Curcino
Leonardo Cavalcanti
O médico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dr. Roberto Kalil Filho, explicou nesta quarta-feira (11) que o novo procedimento ao qual o petista será submetido já era esperado e é de baixo risco.
“Já estava sendo discutido, como complemento à cirurgia inicial, essa embolização, porque quando você drena o hematoma, existe uma possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias causarem um sangramento. Este novo procedimento, que será amanhã de manhã, é para minimizar o risco disso acontecer. E é de baixo risco”, detalhou ele, em coletiva no fim da tarde.
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Kalil também reiterou que o presidente está bem, não houve piora em seu quadro de saúde e a evolução após a primeira cirurgia foi positiva.
“A cirurgia inicial transcorreu sem nenhuma intercorrência, a evolução foi ótima e ele se encontra bem. Sentado, conversando, ótimo”, reforçou o médico.
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Em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News, o neurologista Ivar Brandi ponderou que, apesar de ser um procedimento “dentro do esperado, indica uma certa gravidade”.
“É sempre importante manter o acompanhamento após um caso de sangramento intracraniano, porque algumas pessoas podem apresentar uma nova hemorragia, só que não é esperado que seja tão precoce [como foi com Lula]. O que esse novo procedimento indica é que não houve um controle do sangramento com a primeira cirurgia. É uma técnica mais simples, uma arteriografia, mas existem riscos de complicações”, pontuou ele.
Primeira cirurgia
Lula deu entrada no Hospital Sírio-Libanês de Brasília, na segunda-feira (9), com mal-estar e dores de cabeça. No local, ele passou por uma ressonância magnética, que detectou uma hemorragia intracraniana de um hematoma decorrente do acidente domiciliar ocorrido em 19 de outubro.
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O presidente, então, foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo, onde passou pelo procedimento cirúrgico – conhecido como trepanação. No caso de Lula, as perfurações no crânio foram feitas em duas lâminas da meninge, seguidas da colocação de um dreno, por onde sai o sangue acumulado após a hemorragia.