Gleisi defende votação do IR e diz que relatório de Arthur Lira está "muito bom"
Ministra comentou sobre almoço de Lula com os presidentes da Câmara e do Senado, e afirmou que a anistia não é um tema que interessa ao governo

Victória Melo
Murilo Fagundes
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, avaliou como positiva a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os presidentes da Câmara e do Senado para alinhar a pauta econômica no Congresso. O encontro também contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).
Segundo Gleisi, a prioridade do governo é a votação do projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Ela disse que o relatório do deputado, Arthur Lira (PP-AL), está “muito bom” e deve ser aprovado como está, já que garante equilíbrio entre a renúncia fiscal e as compensações previstas.
A ministra criticou a estratégia da oposição de propor isenções acima desse patamar. “A oposição não tem nem moral para apresentar uma proposta dessa. Eles congelaram a tabela do IR em um salário mínimo. Foi o governo Lula que elevou para dois salários e agora para cinco”, afirmou.
Outro ponto destacado foi a Medida Provisória 1303, que aumenta a tributação de setores de alta renda, como bancos, fintechs e empresas de apostas, e prevê contenção de despesas em programas como o Pé-de-Meia e o seguro-defeso.
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Ficha limpa e anistia
Gleisi também comentou o veto de Lula à mudança na Lei da Ficha Limpa, que, segundo ela, foi limitado a evitar retroatividade, preservando os casos já julgados.
A ministra descartou que a anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro esteja na pauta do governo nesta semana. “Não é um tema que nos interessa”, disse.
Por fim, Gleisi criticou a decisão do Tribunal de Contas da União que proíbe governo de mirar o piso inferior da meta fiscal. Para a ministra, o posicionamento é “ilegal” e será contestado. “Se o tribunal não rever, o Judiciário vai rever”, declarou.
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