Galípolo diz que BC vai colocar juros no nível e pelo tempo necessário para convergir inflação
Presidente da autarquia afirmou que o cenário está andando na direção que o Banco Central gostaria

Reuters
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira (27) que a autoridade monetária vai colocar juros no nível e pelo tempo necessário para que a inflação convirja para a meta.
Em evento promovido pela Itaú Asset Management, em São Paulo, Galípolo afirmou que o cenário está andando na direção que o BC gostaria, mas não tão rápido quanto a autarquia gostaria.
A autoridade monetária tem mantido a Selic em 15% ao ano, maior nível em duas décadas, na tentativa de levar a inflação à meta contínua de 3%, sem indicar quando poderá iniciar um ciclo de cortes nos juros.
O presidente do BC seguiu sem dar indícios sobre o momento para um afrouxamento e, ao apontar que a Selic de 15% está em nível adequado, ponderou que a autarquia segue vigilante e pode ajustar os juros se necessário.
Ele enfatizou que a autoridade monetária não vai se "emocionar" com dados específicos e que nenhum indicador do período recente promoveu qualquer mudança de direção."Vamos seguir dependentes de dados", acrescentou Galípolo.
“O Banco Central pode produzir a convergência com mais custo, com menos custo, mas o Banco Central vai colocar a taxa de juros no patamar que é necessário pelo tempo que for necessário para produzir a convergência", disse.
Galípolo reafirmou que dados continuam demonstrando um processo lento e gradual de desaquecimento e desaceleração da economia, que ainda apresenta resiliência.
Câmbio
Na apresentação, o presidente da autarquia voltou a dizer que o BC é muito contente com a "linha de defesa" proporcionada pelo câmbio flutuante, reafirmando que intervenções são feitas em momentos de disfuncionalidades do mercado.
Para ele, uma preocupação neste tema é explicar para os agentes do mercado a nova regra do Imposto de Renda. Entre outros pontos, o projeto sancionado nesta semana para aumentar a faixa de isenção do IR inclui uma tributação de dividendos remetidos ao exterior, o que pode impactar o fluxo de recursos para fora do país.
Galípolo ainda disse que em anos eleitorais, como o de 2026, a volatilidade no mercado pode ser maior e que o BC atuará de olho em como esse cenário eventualmente afetará demanda, inflação corrente e expectativas.








