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Economia

"Estamos todos incomodados no BC por não estarmos cumprindo meta", diz Galípolo sobre inflação

Presidente do Banco Central ponderou que taxa está "muito inferior" ao período pré-Plano Real e próxima da vista em economias "avançadas e emergentes"

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Galípolo em audiência no Senado | Divulgação/Saulo Cruz/Agência Senado
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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (22) que "estamos todos incomodados no BC por não estarmos cumprindo" a meta de inflação. O chefe da autarquia falou sobre o assunto durante apresentação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

"Obviamente, estamos todos no BC incomodados por não estarmos cumprindo a meta", admitiu Galípolo. "Mas estamos falando de um patamar de inflação muito inferior ao que vivíamos no período [pré-Plano Real]. E, ao mesmo tempo, mais próximo das taxas observadas em economias avançadas e emergentes", completou.

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, encerrou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais (4,5%) ou para menos (1,5%).

Na medição mais recente, o índice marcou 0,56% em março, com impacto persistente do preço de alimentos. Apesar da desaceleração de 0,75% em relação a fevereiro, quando registrou 1,31%, a inflação acumula 2,04% em 2025 e 5,48% nos últimos 12 meses, também acima do teto da meta.

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Desafios

No Senado, o presidente do BC relatou desafios estruturais para manter funcionamento da política monetária no país, já que esse é justamente um dos pilares da instituição.

Segundo Galípolo, existe um debate fora do país sobre como economia brasileira segue dinâmica, mesmo com uma taxa de juros restritiva.

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"Isso sugere para nós que os mecanismos da política monetária no país talvez não tenham a mesma fluidez do que em outras economias", disse. "Pode ser que alguns canais estejam entupidos, o que acaba exigindo doses maiores do remédio para obter o mesmo efeito."

Galípolo disse aos senadores que a normalização da política monetária vai depender de uma série de reformas que não estão sob alçada do BC.

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