Diretor do BC diz que alta da Selic “não está mais no cenário-base” e fala em corte de juros
Nilton David afirma que juros devem cair no próximo ajuste, mas destaca que ainda não é possível definir quando va acontecer

Reuters
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, afirmou nesta terça-feira (25) que uma nova alta da taxa Selic não faz mais parte do cenário-base da instituição.
Segundo ele, se o BC conseguir manter a inflação sob controle, o movimento mais provável será um corte de juros, embora ainda não exista previsão de quando isso poderá ocorrer.
“A gente basicamente falou: ainda que o Banco Central não hesitará em aumentar os juros, se necessário for, hoje, aumentar os juros não está mais no cenário-base do Banco Central nem na distribuição”, disse. “Hoje, o esperado, se formos bem-sucedidos, é que o próximo movimento seja de corte. A questão é apenas quando.”
David explicou que o BC evita indicar datas porque o ambiente econômico ainda apresenta um “alto nível de incerteza”, o que impede a autoridade monetária de “baixar a guarda”.
Mesmo assim, afirmou que os dados recentes estão convergindo para o que o BC esperava, reforçando a avaliação de que o próximo passo deve ser uma redução da Selic.
Durante participação no evento da EuroFinance, em São Paulo, o diretor lembrou que o BC havia interrompido o ciclo de alta para avaliar se a taxa de 15% ao ano seria suficiente para conduzir a inflação à meta de 3%.
Segundo ele, essa pausa evoluiu para uma conclusão mais clara: “Agora já não é mais uma interrupção, agora acabou o ciclo de alta.”
Selic ainda alta
A Selic permanece no maior patamar em 20 anos, mantida como estratégia para ancorar expectativas e conter pressões inflacionárias.
Nas comunicações recentes, o BC vinha evitando sinalizar quando iniciaria um ciclo de cortes, postura que, na prática, começa a mudar com as declarações de David.









