Economia

Desemprego atinge menor nível em 13 anos, mas informalidade atinge 4 em cada 10 brasileiros

Mesmo com aumento da ocupação, informalidade escancara desigualdades regionais no país

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A taxa de desemprego no Brasil caiu para o menor patamar dos últimos 13 anos no terceiro trimestre deste ano. Mesmo assim, o número de trabalhadores informais segue em alta. Quatro em cada 10 brasileiros ainda atuam sem carteira assinada.

Entre julho e setembro, a taxa de desemprego ficou em 5,6%, a menor desde o início da série histórica em 2012. Apesar do avanço na ocupação, a informalidade segue elevada, atingindo 37,8% da população ocupada.

A realidade é reflexo das desigualdades sociais e econômicas no país. Em alguns estados, os índices são ainda maiores. No Piauí, por exemplo, a taxa chega a 52,7%. No Pará, 56,5%. E no Maranhão, o índice alcança 57%. Já em São Paulo, a informalidade é de 29,3%.

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Segundo especialistas, a falta de industrialização em regiões como Norte e Nordeste dificulta a criação de empregos formais. De acordo com Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), é preciso promover o desenvolvimento industrial aliado a melhorias no ambiente de negócios para estimular contratações formais.

“Então tem um reflexo muito claro, a gente mirar, pensar em cada vez mais, ter um desenvolvimento econômico que mira essa questão da industrialização, mas que também a gente consiga fazer reformas para que melhorem o ambiente de negócio, para que as empresas se tornem cada vez mais produtivas e possam contratar cada vez mais, e aí sim a gente vai melhorar o mercado formal aumentando a participação”, afirma Tobler.

O economista destaca ainda que a saída para reduzir a informalidade passa pela qualificação profissional, com políticas públicas voltadas para a escolarização técnica, alinhadas às necessidades de cada região.

“O trabalhador informal já é geralmente associado a um trabalho de menor remuneração, menor produtividade. E, além disso, ele acaba jogando no lado negativo dele não ter proteção social, caso aconteça alguma coisa, e também de não pagar o imposto. Quando a gente olha em como reduzir isso, aí vai muito a questão da política pública, especialmente a questão da escolarização, para que de fato essas pessoas se escolarizem, talvez em escolas mais técnicas, pensar realmente que a mão de obra tem que ser absorvida naquela região”, completa.
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