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Economia

Ata do Copom vê alta de 1 ponto nos juros como "adequada" e alerta para inflação

Impacto da alta do dólar ainda deve chegar ao varejo, gerando aumento de preços, e deve levar a novo aumento nas taxas na próxima reunião

Imagem da noticia Ata do Copom vê alta de 1 ponto nos juros como "adequada" e alerta para inflação
Sede do Banco Central em Brasília. Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgou nesta terça-feira (25) a ata explicando a decisão de aumentar em 1 ponto percentual a taxa básica de juros no país, levando a Selic a 14,25% ao ano. Segundo a autoridade monetária, o aumento foi "adequado" levando em consideração as perspectivas de inflação, a situação do mercado de trabalho e da atividade econômica e as incertezas no cenário externo.

Sobre a inflação, uma preocupação história dos brasileiros, o Copom aponta que as projeções continuam acima da meta estabelecida pelo governo para 2025 e 2026. Como as expectativas do mercado continuam acima do ideal, o Comitê diz que é preciso manter por mais tempo os juros elevados do que o que seria apropriado.

A autoridade monetária também destaca a inflação de serviços, que segue acima da meta, e a alta dos preços de bens industrializados que já chegaram ao atacado, mas ainda devem ser repassados ao varejo nos próximos meses. "Os preços de alimentos mantêm-se elevados e tendem a se propagar para outros preços no médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira", diz a ata.

Sobre a atividade econômica, o Copom vê dinamismo de indicadores de atividade econômica e de mercado de trabalho, ainda que haja uma leve desaceleração. Com isso, espera-se uma manutenção na demanda e possível pressão sobre os preços. "Ainda que dados recentes sugiram alguma moderação, o mercado de trabalho permanece aquecido. O Comitê seguirá acompanhando a atividade econômica e reforça que o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta", diz o documento.

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Em relação ao cenário externo, a insegurança é sobre a política econômica nos Estados Unidos, principalmente os possíveis efeitos do aumento de tarifas do comércio internacional. Os economistas começam a levantar riscos de uma recessão nos EUA sob a gestão de Donald Trump que pode afetar decisões do Federal Reserve sobre os juros, o que pode influenciar a trajetória das taxas no Brasil.

"O cenário externo se mantém desafiador, com incertezas econômicas e geopolíticas relevantes. Avalia-se que há um concomitante aumento da incerteza e deterioração do cenário de crescimento global em relação ao Copom anterior. O cenário-base do Comitê segue sendo de desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana, mas, além das incertezas inerentes à conjuntura econômica, há dúvidas sobre a condução da política econômica em diversas dimensões, tais como possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho, abrangência e intensidade da elevação das tarifas à importação e alterações importantes em preços relativos decorrentes de reorientações da matriz energética, o que pode impactar negativamente as condições financeiras e os fluxos de capital para economias emergentes", alerta o Copom.

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O Comitê, sob comando do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também reforçou o compromisso com a previsibilidade das medidas, para ancorar as expectativas do mercado. Alertou ainda para preocupações com o crescimento dos gastos e da dívida pública. "O "esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia", diz o documento.

Com o documento, o Copom mantém a possibilidade de um novo aumento dos juros na próxima reunião, que acontece entre 6 e 7 de maio.

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