Apesar de endividamento em alta, comerciantes projetam maior Black Friday da história
Estimativa é que consumidores gastem cerca de R$ 5,4 bilhões em compras; segmentos de supermercados e eletroeletrônicos devem liderar procuras


Camila Stucaluc
A Black Friday, marcada para 28 de novembro, deve aquecer a economia brasileira. É o que aponta uma nova pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que prevê gastos de R$ 5,4 bilhões na data — maior volume desde o início da série histórica, em 2010.
Caso se confirme, a cifra representará um crescimento de 2,4% em relação à mesma data de 2024. A alta, segundo o estudo, pode ser justificada pela valorização do real e, consequentemente, pela desaceleração do nível geral de preços, bem como pelo baixo nível de desemprego.
Em contrapartida, o encarecimento do crédito tende a frear a expansão mais significativa do consumo na Black Friday. A atual taxa média de juros das operações de créditos livres destinados às pessoas físicas (58,3% ao ano) se encontra no maior patamar para essa época do ano desde 2017, potencializando o aumento da inadimplência dos consumidores finais.
“É momento de cautela na economia nacional, de incertezas no cenário externo e de endividamento recorde das famílias brasileiras, mas, ainda assim, veremos um incremento nas vendas”, diz José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac. Ele reforça que a Black Friday já é a quinta data mais importante para o varejo, ficando atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
No geral, os segmentos de hiper e supermercados (R$ 1,32 bilhão), eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,24 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,15 bilhão) deverão responder por mais de dois terços (68%) da movimentação financeira prevista. Outros ramos do varejo com altas cifras devem ser o de vestuário e acessórios (R$ 0,95 bilhão) e o de farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 0,38 bilhão).









