Taxa de crescimento anual da população é a menor da história, diz Censo

A taxa de crescimento anual da população brasileira entre 2010 e 2022 teve média de 0,52%, o menor patamar registrado desde 1872. A informação consta no Censo Demográfico Brasileiro de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta 4ª feira (28.jun). 

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É a primeira vez que a taxa fica abaixo de crescimento populacional equivalente a 1% ao ano. Mesmo assim, a população brasileira registrou crescimento de 6,5% entre 2010 e o ano passado, atingindo um total de 203,1 milhões de pessoas. Trata-se de um acréscimo de 12,3 milhões de pessoas no período -- intervalo entre o acompanhamento realizado anteriormente e a pesquisa feita agora. 

A região Sudeste tem 84,8 milhões de habitantes, o que representa 41,8% da população do país. Os três estados brasileiros mais populosos (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) concentram 39,9% da população brasileira. A região menos populosa do país é a Centro-Oeste, com 16,3 milhões de habitantes ou 8,02% da população do país.

De acordo com o demógrafo do IBGE Márcio Minamiguchi, além do crescimento dos domicílios vagos e de uso ocasional, o aumento também é explicado por uma mudança nas estruturas das famílias do país, que, menores, passaram a ocupar uma quantidade maior de lares. 

"Com o envelhecimento da população, que é ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas", explica. 

Confira a taxa média geométrica de crescimento anual:

• Entre 1872 e 1890: taxa anual de 2,01%;
• Entre 1890 e 1900: taxa anual de 1,98%;
• Entre 1900 e 1920: taxa anual de 2,91%;
• Entre 1920 e 1940: taxa anual de 1,49%;
• Entre 1940 e 1950: taxa anual de 2,39%;
• Entre 1950 e 1960: taxa anual de 2,99%;
• Entre 1960 e 1970: taxa anual de 2,89%;
• Entre 1970 e 1980: taxa anual de 2,48%;
• Entre 1980 e 1991: taxa anual de 1,93%;
• Entre 1991 e 2000: taxa anual de 1,64%;
• Entre 2000 e 2010: taxa anual de 1,17%;
• Entre 2010 e 2022: taxa anual de 0,52%.

O maior índice de crescimento anual desde o último Censo foi registrado na Região Centro-Oeste: a única acima de 1%, com 1,23%. O Nordeste, por sua vez, teve a taxa mais baixa, com 0,24%.

Crescimento anual entre regiões entre 2010 e 2022:

1. Centro-Oeste: 1,23%;
2. Norte: 0,75%;
3. Sul: 0,74%;
4. Sudeste: 0,45%;
5. Nordeste: 0,24%.