Líder do governo defende convocação do presidente do Banco Central, Campos Neto
Senador Randolfe Rodrigues vai apresentar pedido após BC manter a taxa de juros em 13,75% ao ano
O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirmou, nesta 6ª feira (23.jun), que apresentará requerimento pedindo a convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para dar esclarecimentos sobre as recentes decisões da política monetária adotadas pela entidade.
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O pedido será feito junto à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O anúncio da convocação foi feito pelo governista nas redes sociais. "Não podemos mais ficar parados vendo esses juros frearem o desenvolvimento do país", disse.
BC mantém Selic
A convocação é uma reação governista à decisão dessa semana tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) que resultou na manutenção da Selic em 13,75% ao ano - mesmo patamar desde agosto do ano passado. Agora, a taxa, que é o ponto de partida para balizar os custos de empréstimos e financiamentos, só poderá ser alterada na reunião no começo de agosto.
Repercussão
A decisão do Copom irritou governistas. Campos Neto tem sido alvo de críticas constantes por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados, que aguardavam por uma sinalização positiva da autoridade monetária com a melhora gradual dos indicadores econômicos.
Ainda em maio, a decisão da autoridade monetária pela manutenção da Selic atual já era bastante criticada pelo mercado. A avaliação é de que o Copom ignorou sinais de arrefecimento da inflação. Na época, o Banco Central defendeu cautela e que não havia "relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal".
"O tom do comunicado veio mais suave se comparado aos comunicados das reuniões anteriores", avalia Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.
Campeão mundial
O Brasil lidera o ranking mundial de taxas de juros reais. Pesquisa divulgada pela gestora MoneyYou. Mesmo com a redução das expectativas da inflação e com a projeção da aprovação do novo marco fiscal, o País está na frente de México, Colômbia, Chile e África do Sul ? Estados que completam o pódio das cinco nações com maiores taxas de juros atuais descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses.
* Com informações de Estadão Conteúdo