Após pandemia, área da saúde dá exemplos no pilar social; veja no Foco ESG
Videocast recebeu CEO de empresa médica, analista de índices ESG da XP e consultor em saúde da PwC
Pablo Valler
Até 2019, uma extensa carga de trabalho na área da saúde era, muitas vezes, encarada como normal pelos profissionais. Para uns, as escalas eram vistas como um sistema difícil de ser mudado, por envolver opiniões de muitos. Assim como para outros, plantões seguidos serviam para aumentar a renda. Tudo mudou com a chegada do novo coronavírus.
A covid-19 levou os profissionais ao limite. Afinal, como deixar suas funções com a chegada ininterrupta de pacientes. Eram tantos que muitos médicos, enfermeiros e auxiliares passavam dias nos hospitais apenas conseguindo tirar cochilos.
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Nesses ambientes, a epidemia acelerou questões de sustentabilidade diferentes. Enquanto o mundo, finalmente, percebia como a exploração da biodiversidade traz problemas --- como o próprio vírus ---, além da poluição e a emissão de gases de efeito estufa terem diminuído, a área da saúde viu a necessidade de olhar para o social --- principalmente, com os colaboradores.
De lá para cá, só aumentaram os programas de bem estar e outros benefícios extra-salários, assim como os bônus para retenção de talentos. É o que a PwC Consultoria em uma pesquisa feita nos Estados Unidos com 77 empresas do setor. Ao analisar seus comunicados sobre ESG, 77% deles mencionavam programas sociais. Apenas 12% tinham ações ambientais e 11% de governança.
O organizador da pesquisa e sócio da PwC, Bruno Porto, explica que "o setor de saúde começa a perceber que essas ações fazem bem para as pessoas. Também que pode ter redução de custos. Como, por exemplo, a telemedicina, que agilizou atendimentos, encurtou distâncias". Além disso, os stakeholders passaram a exigir mais.
Foi o que a Soraya Capelli percebeu de imediato e logo reagiu. Ela tem uma empresa de tecnologia e serviços em saúde: "Quando nós percebemos a pandemia acontecendo logo em 2020, nós previmos que após esse período de aumento de 500% a 600% de custos para lidar com a pandemia, essa conta ia chegar pra indústria, que o hospital iria querer reduzir custos e iria questionar quem oferece tecnologia. Foi então que nós olhamos pra dentro. Nós somos uma empresa que cria modelos de negócios para que esses clientes tenahm acesso à tecnologia e inovação, nós temos um time qualificado, nós temos ações sociais, transparência e ética. Mas, nós não comunicamos. Então, nós buscamos, primeiro, a certificação. Hoje nós somos a primeira empresa médica no Sistema B. É muito importante ter o selo verde".
Assim, sem prejudicar o financeiro, a CEO garantiu um diferencial. É uma fornecedora interessante para qualquer contratante a fim de melhorar os próprios índices ESG. Pois, atualmente, a cadeia de suprimentos conta muito no posicionamento de uma empresa que precisa se mostrar sustentável.
Mesmo quando uma empresa foca mais em um pilar do que outro, seu índice ESG pode ser considerado elevado, explica a head de Reserach ESG da XP Investimentos, Marcella Ungaretti: "Tangibilizando, uma empresa de mineração tem impacto maior no meio ambiente, então, é normal que ela foque em programas ambientais. Na área da saúde, o social pesa mais. Mas a governança é importante para todo e qualquer setor. As empresas precisam ter uma boa governança para impulsionar o E e o S".
Seja pelo E, o S ou o G, é preciso agir agora. Essas e outras análises e dicas para um planeta e um mundo de negócios mais sustentáveis estão no Foco ESG, que no episódio 14 traz informações sobre o setor da saúde.
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