Sob pressão, Copom começa reunião para definir taxa de juros
Aposta do mercado é de que Selic seja mantida em 13,75% ao ano. Governo critica e defende redução
José Marcelo Santos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (21.mar) o segundo período de reuniões, no novo governo, sob clima de pressão para reduzir a taxa referencial de juros. Desde agosto do ano passado, a Selic está em 13,75%. A aposta do mercado é de que ela será mantida. O presidente Lula tem se menifestado publicamente em defesa de uma taxa menor. A equipe econômica também critica, mas o Banco Central tem independência no assunto.
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A reunião termina nesta 4ª feira (22), quando o BC anuncia a posição oficial da equipe. A principal justificativa do Copom para manutenção dos juros é a necessidade de combater a inflação, mas isso não convence, por exemplo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alcmin.
Ao participar do seminário "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21", nesta 2ª feira (20.mar), no Rio de Janeiro, Alckmin lembrou que o Brasil tem a maior taxa real de juros do mundo. "Não há nada que justifique 8% de juro real acima da inflação quando não há demanda explodindo e de outro lado quando o mundo inteiro está praticamente com juro negativo", criticou. No mesmo evento, o professor da Universidade de Columbia e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz, classificou a Selic como "chocante" e disse que ela equivale a uma "pena de morte".
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