Desaceleração econômica deve resultar em empregos de baixa qualidade
Relatório da OIT aponta para crescimento de apenas 1% do mercado de trabalho; jovens são mais afetados
A atual desaceleração econômica global deve forçar mais trabalhadores a aceitar empregos de baixa qualidade e mal remunerados. A previsão é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que aponta para o crescimento de apenas 1% do setor empregatício em 2023, o que pode acentuar as desigualdades deixadas pela pandemia de covid-19.
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Em todo o mundo, o desemprego deve atingir mais 3 milhões de pessoas neste ano, totalizando 208 milhões de cidadãos fora do mercado de trabalho (5,8% da população global). Segundo o OIT, o cenário acontece em meio à fraca mão-de-obra nos países de alta renda, bem como às tensões geopolíticas emergentes e ao conflito na Ucrânia.
Com o cenário, espera-se que a qualidade dos empregos seja afetada, fazendo com que muitos trabalhadores aceitem funções de qualidade inferior e horas insuficientes. Além disso, à medida que os preços sobem mais rápido do que os rendimentos do trabalho, a crise do custo de vida corre o risco de empurrar mais pessoas para a pobreza.
"Os jovens [com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos] enfrentam graves dificuldades em encontrar e manter um emprego digno. Sua taxa de desemprego é três vezes maior que a dos adultos. Mais de um em cada cinco - 23,5% - dos jovens não estão empregados, não estudam nem seguem qualquer formação", disse a OIT.
Perspectivas regionais do mercado de trabalho
Em 2023, a África e os Estados Árabes devem ver um crescimento do emprego de cerca de 3% ou mais. No entanto, com as crescentes populações em idade ativa, ambas as regiões verão, provavelmente, as taxas de desemprego diminuírem modestamente (de 7,4% para 7,3% na África e 8,5% para 8,2% nos Estados árabes).
Já na Ásia, no Pacífico e na América Latina e no Caribe, projeta-se que o crescimento anual do emprego seja de cerca de 1%. Na América do Norte, haverá poucos ou nenhum ganho de emprego em 2023 e o desemprego aumentará.
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A Europa e a Ásia Central, por sua vez, são particularmente atingidas pelas consequências econômicas do conflito na Ucrânia. Mas, embora se projete que o emprego diminua em 2023, as taxas de desemprego não devem aumentar significativamente devido ao fundo do crescimento limitado da população em idade ativa.
