Varejo deverá faturar R$ 65 bilhões no período do Natal, diz CNC
Patamar é maior que o registrado nos últimos dois anos, mas menor que o de 2019
O varejo deverá faturar R$ 65 bilhões no período do Natal deste ano, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se a estimativa se concretizar, diz a entidade, o faturamento do setor crescerá 1,2% em comparação com o registrado no mesmo período do ano passado, sendo o primeiro aumento real após dois anos de queda em sua principal data comemorativa.
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Por outro lado, acrescenta a CNC, o patamar ainda será menor que o registrado em 2019 - R$ 67,5 bilhões. O presidente da confederação. José Roberto Tadros, diz que a expectativa de alta no Natal de 2022 tem como um dos motivos a normalização do fluxo de consumidores ocorrida na virada do primeiro para o segundo semestre. Segundo ele, contribuem também "a evolução favorável do nível de ocupação no mercado de trabalho e a desaceleração da inflação".
Tadros afirma, porém, que o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda médica com dívidas devem frear a expansão das vendas em 2022. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica dos juros brasileiros, a Selic, em 13,75% ao ano.
Dentre os componentes do varejo, o ramo de hiper e supermercados será o que mais faturará no período do Natal de 2022, conforme a estimativa da CNC. Responderá por 38,6% do faturamento total do setor, ou seja, R$ 25,12 bilhões. Na sequência, ficarão as lojas de roupas, calçados e acessórios (33,9%, ou R$ 22 bilhões) e os estabelecimentos especializados em artigos de uso pessoal e doméstico (12,6% ou R$ 8,19 bilhões).
Fabio Bentes, o economista da CNC responsável pela análise, explica que o destaque do ramo de hiper e supermercados é justificado pela relevância do comércio de alimentos no faturamento anual do varejo do país e por ser, historicamente, o principal ramo responsável pela geração de receitas no comércio varejista. Já as lojas de roupas, calçados e acessórios vem em segundo, complementa, por causa do impacto do Natal: em média, em dezembro, o faturamento do varejo brasileiro cresce 25%, em comparação com o registrado no mês anterior, e o dessas lojas aumenta 80%.
São Paulo (R$ 22,19 bilhões), Minas Gerais (R$ 5,59 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 5,56 bilhões) concentrarão 51,3% dos R$ 65 bilhões estimados, diz a CNC. "Distrito Federal e Rio Grande do Sul são os Estados com as maiores projeções de avanço nas vendas, na data (altas de 6,8% e 6,2%, respectivamente)", completa o comunicado.
A entidade estima ainda que serão criadas 98,8 mil vagas temporárias para o Natal deste ano, um crescimento de 1,8% ante o registrado no ano passado e de 48% frente o dado do "atípico Natal de 2020" - o primeiro com a pandemia de covid-19.
Dentre os 98,8 mil postos, 43% (mais de 40 mil) serão abertos pelo ramo de hiper e supermercados; 23% (22 mil), pelas lojas de roupas, calçados e acessórios; e 14% (cerca de 13 mil), pelos locais especializados na venda de artigos de uso pessoal e doméstico. Segundo Fabio Bentes, a taxa de efetivação dos temporários deve ficar em 9,1%, porque "a manutenção dos juros básicos da economia em patamar elevado por mais tempo tenderá a desfavorecer a aceleração das vendas no início de 2023; isso deve reduzir o dinamismo do mercado de trabalho no setor".
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