Posso investir em negócios inovadores e startups mesmo com as crises mundiais e o novo Governo Lula?
Elenquei pontos que possam ajudar a entender o novo cenário que se abre no próximo ano
João Kepler
Com a confirmação da vitória nas urnas de Luiz Inácio Lula da Silva, algumas análises estão sendo feitas com base nas movimentações do mercado nacional e mundial, além de claro, considerar os primeiros resultados que nos ajudam a entender o atual momento do país e da economia que dita as tendências da evolução ou retrocesso. Neste cenário, você pode estar se perguntando se deve começar ou continuar investindo, e a resposta é sim e explico os motivos para isso.
+ Conheça os colunistas do SBT News
+ Leia as últimas notícias de Economia
+ Leia as últimas colunas de João Kepler
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O principal ponto a ser considerado, é que nos primeiros dias após a eleição, a notícia que ganhou a mídia foi o fato do dólar cair e da bolsa subir, após vitória de Lula. O dólar fechou em queda de 4,5% e o índice Ibovespa avançou.
Claro que nesse momento algumas especulações farão parte do repertório de qualquer conversa em relação ao futuro da economia, mas com ressalvas importantes a serem consideradas pelos tomadores de decisões.
Segundo os discursos e posicionamento pós-vitória do presidente eleito, tudo indica que um novo plano de ação já está em curso, e que terá como base mais fiscalização e continuidade, até porque o Governo Bolsonaro deixa, em minha opinião, o Brasil nos trilhos economicamente e isso vai ajudar na manutenção e no equilíbrio econômico, além de facilitar o processo de transição.
Apesar de que o novo ministro da Economia ainda não foi anunciado oficialmente, o presidente Lula terá certa facilidade em apresentar narrativas no exterior, pois observamos líderes de países e grande parte da mídia inclinada a favor do novo presidente, ou seja, mais um ponto a favor nesse quesito.
Por isso, elenquei outros 10 pontos que podem te ajudar a entender por que o momento pode se apresentar, inclusive, como uma oportunidade para investir em negócios inovadores e startups no Brasil. São eles:
- Com o reconhecimento da vitória de Lula e fim das incertezas que vivemos nos últimos meses, o novo presidente certamente vai mirar em anunciar uma equipe técnica que agrade todos os lados e assuma o Ministério da Economia com propriedade.
- Teremos superavit primário esse ano, dívida controlada, ou seja, o novo governo começará muito bem no fiscal. Detalhe, poucos países podem se dar ao luxo de dizer isso atualmente (e isso atrai inclusive investimentos estrangeiros).
- Mais do que nunca faz total sentido investir em ativos, que são descorrelacionados como em startups. Se você deseja entender melhor esse ponto, sugiro a leitura de outro artigo sobre as startups e a classe de Ativo descorrelacionado.
- Com as articulações do presidente eleito e muitos apoios já declarados, o mercado tende a se estabilizar rapidamente de agora em diante.
- Com essa estabilização, além de ser um ativo descorrelacionado, as startups passam a fazer mais sentido ainda em função dos resultados que são obtidos no longo prazo para aqueles que optam por investir em negócios e Equity. Se as decisões de alocação de investimento são conscientes e respaldadas, os resultados podem se tornar realmente surpreendentes no futuro próximo.
- Como os economistas estão prevendo, haverá um reajuste mais forte também nesse primeiro momento de queda para as estatais, o que na contramão (pelo perfil do novo Governo) se torna favorável para as empresas ligadas aos setores educacionais e algumas do varejo. E imagina só quantas startups desses setores vão se beneficiar nesse momento.
- Como sempre friso, independente das oscilações internas ou externas, manter uma carteira diversificada e bem balanceada, é lição de casa básica para qualquer investidor. E ela precisa estar ajustada para que não sofra todo o impacto da volatilidade, é por isso que é preciso descentralizar e alocar em ativos descorrelacionados, pois aparecem neste momento, como uma melhor opção.
- Considerando ainda o mercado externo, tudo indica que veremos vários países entrando em recessão, com inflação alta e que, consequentemente, vão ser obrigados a tomar medidas mais austeras na economia para conter essa inflação. Logo, entender esse cenário e se preparar para ele é fundamental. De qualquer forma, os negócios inovadores e startups nascem justamente para resolver e solucionar problemas, foi assim inclusive na pandemia.
- Nesse momento de avaliações, não deixe de rever o seu perfil de investidor e de risco. Por isso, alocar recursos em um pool de investimentos, que agrega maior número de startups e diversifica, é um melhor caminho para se sentir mais seguro quanto aos aportes, aos resultados e a gestão dos negócios investidos. No médio e longo prazo, sabemos que não existe nada mais seguro e rentável que investir em negócios.
- Por fim, se algum investidor ainda está preocupado, e por consequência menos propenso a investir, é preciso voltar a ser fiel a sua tese e entender melhor os investimentos Convexos (Leia meu artigo sobre convexidade no investimento em startup). É preciso, portanto, ficar atento as oportunidades e as boas startups que vão aparecer para investir daqui por diante.
Não tenho dúvidas -- e aprendi isso ao longo da vida -- que são justamente nesses momentos de "crise" e adaptações que as melhores oportunidades se apresentam.