CNC: intenção de consumo cresce 2% em outubro com queda da inflação
Cenário ainda está abaixo da zona de satisfação, mas apresenta trajetória ascendente no ano
Camila Stucaluc
A queda da inflação influenciou o crescimento da intenção de consumo das famílias em outubro, que registrou alta de 2,1%, atingindo 87 pontos. Os dados, divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que, apesar de ainda permanecer abaixo dos 100 pontos, na zona de insatisfação, o índice está em trajetória ascendente e cresceu 18,9% em relação a outubro de 2021.
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As famílias que ganham até 10 salários mínimos apontaram o maior aumento da intenção de consumo, alcançando 83,5 pontos. Os lares com renda acima de 10 salários mínimos, por sua vez, registraram um crescimento menor, mas chegando ao índice de 104 pontos - maior satisfação do grupo. Já em relação à facilidade de acesso ao crédito, o indicador avançou 1,9% nas duas faixas de renda.
Segundo o levantamento, a perspectiva de consumir nos próximos meses avançou 2,5% em outubro, mas subiu 3,5% entre as famílias consideradas mais ricas, enquanto para o conjunto de menor renda o aumento foi de 2,2%. Embora o indicador tenha crescido para os dois grupos, ambos ainda estão na zona de insatisfação, sobretudo devido aos rastros deixados pelos períodos de alta da inflação durante o ano.
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"A inflação, mesmo em queda, ainda dificulta o consumo, e o maior nível de endividamento das famílias também reduz a capacidade futura de compras, especialmente das famílias de rendas média e baixa", aponta a economista Izis Ferreira.