IPCA registra deflação recorde de 0,68% no mês de julho
Queda nos preços dos combustíveis e na tarifa de energia foram as principais responsáveis pelo índice
Pela primeira vez em 12 meses, no Brasil, um indicador oficial de inflação registrou queda. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a julho caiu 0,68%. Os dados foram divulgados nesta 3ª feira (9.ago) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A variação negativa foi influenciada, principalmente, pela redução nos preços dos combustíveis, como destaca Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. O analista apostava em queda, só quem um pouco menor, de 0,61%. "Nosso desvio de 7bps foi concentrado em gasolina, cuja projeção foi frustrada em -10bps. No mais destacamos apenas o desvio baixista de higiene pessoal, com -3bps, anulado pelo avanço de carnes e laticínios, com +2bps cada".
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A avaliação de Étore vai encontro do que foi observado pelo gerente da pesquisas do IBGE, Pedro Kislanov: "A Petrobras no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo".
A queda no preço da energia elétrica, em 5,78%, também auxiliou no processo de deflação - fenômeno em que os preços de produtos e serviços caem em determinado período. Em 2022, a inflação acumulada é de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%.
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