"Furamos o teto de gastos com responsabilidade fiscal", diz Paulo Guedes
A plateia de investidores, ministro diz que o governo criou condições emergenciais para socorrer os mais frágeis
Guto Abranches
No final da tarde desta 4ª feira (03.ago), o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu em palestra a agentes financeiros que o teto de gastos públicos foi violado. Mas tudo dentro da responsabilidade fiscal, segundo ele. Em conversa com empresários e investidores do mercado financeiro, a Expert 2022, organizada pela XP Investimentos, o ministro apontou as ações do governo que, na visão dele, colocam o Brasil "muito à frente de outros países" que enfrentam o risco da recessão na economia. Veja a seguir os principais trechos da apresentação de Paulo Guedes.
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Crescimento econômico
"O Brasil está no início de um longo ciclo de crescimento. As reformas continuam. O Brasil tem um fiscal [equilíbrio fiscal] forte. Nós fizemos as reformas estruturantes. Houve reforma tributária 'invisível', que está acontecendo: os impostos estão caindo, nós baixamos os impostos. O Brasil está condenado a crescer dez anos seguidos. Enfrentamos a pandemia e saímos vencedores do outro lado. Acreditem, o pior já passou."
Conquistas
Paulo Guedes disse que o país está muito adiante de outras nações que, agora, estão enfrentando cenários macroeconômicos adversos. Ressaltou que, embora o Brasil tenha iniciado a elevação dos juros antes [das demais grandes economias], agora vê países como os Estados Unidos às voltas com inflação alta e o risco da recessão. E salientou que o Brasil está na contramão das economias que começam a enfrentar problemas. O Brasil, segundo Guedes, tem inflação decrescente, e muitos países veem o custo de vida aumentar. O Brasil retoma a atividade econômica "em V", enquanto outras nações desaceleram. E quanto à política fiscal, Guedes vê o Brasil "muito à frente" de muitos outros países. "Temos um equilíbrio fiscal firme e forte", avaliou.
Teto de gastos
Perguntado pelos mediadores se o governo violou o teto de gastos, o ministro Paulo Guedes foi categórico: "Sim. Porque o teto não é para o governo crescer. É para impedir o crescimento do governo, para não crescer tanto. E tudo está dentro da responsabilidade fiscal". Um pouco mais adiante, ele completou: "Não vamos morrer presos a um princípio de austeridade. Vamos respeitar. Mas toda vez que tiver uma guerra [como a da Ucrânia] ou uma pandemia, o teto é retrátil. Estamos ajudando os brasileiros". Foi uma alusão aos benefícios sociais promovidos pelo governo, como a ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600.
Futuro
"O Brasil está em pé de novo, já sacudiu a poeira e está preparado para avançar. Nosso compromisso é com as futuras gerações. Eu descobri que nós somos uma grande nação. Eu não pensava assim há 10, 15 anos." O ministro reclamou ainda da "turma do mas": os economistas e analistas que sempre colocam uma observação ante qualquer dado positivo entre as políticas de governo. "Desemprego caiu, mas......A inflação baixou, mas..... Esquece. Deixa a turma do mas pra lá. Deixem as narrativas. Quem fez previsão negativa errou. Para o ano que vem, dizem que o país não vai crescer. Esquece. O país vai crescer de novo. Serão dias melhores", definiu.