Idealizador da Lei Magnitsky critica sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes
William Browder diz que Moraes não se enquadra na lei criada para punir violações graves de direitos humanos e corrupção em regimes autoritários

Gabriella Rodrigues
SBT News
O investidor americano William Browder, idealizador da Lei Magnitsky, criticou a decisão do governo dos Estados Unidos de enquadrar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na lei que próprio ajudou a criar.
Em publicação na plataforma X (antigo Twitter), Browder declarou: “Passei anos lutando pela aprovação da Lei Magnitsky para acabar com a impunidade de violadores graves de direitos humanos e cleptocratas. Pelo que sei, o juiz brasileiro Moraes não se enquadra em nenhuma dessas categorias.”
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Browder se manifestou nesta nesta quarta-feira (30), horas após o Departamento do Tesouro, acusar publicamente Moraes de abuso de autoridade e perseguição ilegal a cidadãos e empresas do Brasil e dos Estados Unidos.
A medida foi definida com base na Lei Magnitsky, que permite a imposição de sanções administrativas contra estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção, sem necessidade de processo judicial.
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De acordo com o previsto em legislação, os bens de Moraes em território norte-americano foram bloqueados e outras possíveis punições, como ser impedido desde a entrar no país e usar redes sociais com sede nos Estados Unidos, como Facebook e Instagram.
A legislação foi criada a partir da morte do advogado Sergei Magnitsky, em 2009, que foi espancado em uma prisão russa após denunciar um esquema bilionário de desvio de fundos públicos. Ele atuava ao lado de Browder, que liderava uma empresa de investimentos na Rússia e expôs a fraude envolvendo autoridades e oligarcas ligados ao Kremlin. Desde então, Browder se tornou um defensor da responsabilização internacional por abusos graves, como tortura, desaparecimentos forçados e censura.