Banco Central mantém taxa básica de juros em 15%
Decisão interrompe ciclo de aumento da Selic após sete altas
Marcela Guimarães
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% nesta quarta-feira (30). Com a decisão, o BC interrompe o ciclo de alta dos juros que começou em setembro do ano passado.
Os analistas de mercado já acreditavam na manutenção da taxa, que atingiu o maior nível em quase 20 anos na decisão do dia 18 de junho.
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Em seu comunicado, o Copom informou que a decisão "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego".
O BC informa ainda que o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. "Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado", informam os integrantes do Copom.
O Copom já elevou a Selic em sete reuniões consecutivas desde setembro de 2024. Os ajustes somam altas de 0,25, 0,5, três vezes de 1 ponto e mais 0,5 ponto, antes do novo aumento anunciado hoje. Antes desse ciclo, a taxa chegou a cair para 10,5% entre junho e agosto.
O que é a taxa Selic?
A taxa Selic é o principal instrumento de política monetária do Banco Central. Ela influencia os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e investimentos. Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro, o consumo e os investimentos tendem a cair, o que ajuda a controlar a inflação. Por outro lado, a alta da Selic também pode desacelerar o crescimento econômico.
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