Produção normal de veículos só no segundo semestre de 2023, diz Anfavea
Oferta de semicondutores afetou diretamente e para pior as projeções de produção e vendas de 2022
Guto Abranches
Os números da indústria nacional de veículos no fim do primeiro semestre do ano não foram exatamente os que esperavam os executivos do setor. A Carta da Anfavea, relatório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgada nesta 6ª feira (8.jul), aponta para uma queda de 5% na produção acumulada das montadoras de janeiro a junho de 2022. E isso porque o segundo trimestre ajudou e muito a melhorar os números. Houve alta de 20% em relação aos primeiros três meses do ano. Foram produzidos 1.092 mil veículos no semestre, e junho sozinho marcou 203,6 mil unidades produzidas, batendo a marca das 200 mil pelo segundo mês seguido.
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Semicondutores
Outro ponto que marca a decepção para os industriais do setor é o abastecimento de semicondutores. Durante o ano, ao menos em um momento, cerca de 20 fábricas chegaram a parar a produção simplesmente por falta de componentes indispensáveis, boa parte deles de eletrônica de alta tecnologia. Já na Carta da Anfavea de junho, que tem por base os dados do mês de maio, a associação manifestava expectativa pelo fim desta crise.
"A crise global dos semicondutores vem se prolongando mais do que esperávamos em janeiro, em função de novos fatores como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China causados pela nova onda de covid, que afetam o fornecimento de insumos e a logística global", explicou o Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
O mesmo fator levou a Anfavea a revisar as projeções para o fechamento de 2022. Os números para a produção de veículos no final deste ano baixaram de 2,46 milhões de unidades, calculadas em janeiro, para 2,34 milhões previstos agora para o encerramento em dezembro. As vendas que as montadoras imaginavam em janeiro que iriam crescer 8,5% até o fim do ano, agora têm evolução estimada em apenas 1%.
Conheça a visão da indústria de veículos no presente momento e as expectativas -- e justificativas -- para o final de 2022 na entrevista do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ao SBT News: