Finlândia e Brasil podem se unir pela transição energética
Os nórdicos têm tecnologia para mineração e o Brasil para combustíveis verdes
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A Finlândia, país que usa as fontes nuclear, de petróleo e biomassa, para atender a demanda por energia, vê no Brasil um potente parceiro comercial para neutralizar emissões de carbono e, mais do que isso, incentivar a transição para a energia limpa, tão necessária para o mundo.
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Uma delegação finlandesa, com presença do embaixador no Brasil, Jouko Leinonen, e do vice-presidente da empresa estatal de aviação, Chris Cooper, percorreu o pais no início de junho. Foram visitados os ministérios de Minas e Energia e Relações Exteriores, além da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Petrobras, Vale, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Nenhum acordo foi firmado. Mas, foram identificados negócios para colaboração. "Queremos trazer mais negócios finlandeses ao Brasil. A Finlândia tem, por exemplo, uma mineração sustentável, temos soluções para algo que os outros países estão começando a fazer. O Brasil é um importante produtor de minerais. Hoje, grande parte do ferro que chega à Finlândia vem do Brasil", disse o embaixador.
Sobre energia, há oportunidades com bioquerosene de aviação, conhecido pela sigla "SAF". Atualmente, a Finlândia é o maior produtor global de SAF, enquanto o Brasil discute a regulação do combustível. Os finlandeses se propuseram a ajudar no processo.
Assunto que interessa à Petrobras. O ainda presidente, José Mauro Coelho, comentou sobre o SAF há um mês, disse que o bioquerosene de aviação será "muito importante" para descarbonização da aviação civil.
Na Finlândia, a refinaria estatal que operava cinco unidades tradicionais, movidas a petróleo e gás, converteu o sistema para funcionar à base de renováveis.
O país quer se tornar neutro em carbono até 2035. Meta ambiciosa e que pressiona as empresas de energia a prover soluções. "Quando todos os países quiserem atingir essa meta em 2050, eles vão precisar de tecnologias finlandesas. Nossas companhias podem trabalhar em parcerias com as empresas brasileiras que queiram estar na linha de frente. O que estamos fazendo não é segredo e queremos dividir com o Brasil", diz Leinonen.
A aproximação se dá em um novo momento da geopolítica global. A Finlândia perdeu seu principal parceiro comercial, a Rússia, depois que a União Europeia aplicou sanções devido a guerra na Ucrânia.