Eletrobras: Preço das ações será definido nesta 5ª feira
Investidores reservaram R$ 55 bilhões. Deve ser a maior operação da B3 em 12 anos, dizem analistas
Pablo Valler
A Eletrobras já pode ser privatizada, se depender dos investidores. São, no mínimo, R$ 55 bilhões arrecadados na reserva encerrada nesta 4ª feira (8.jun). O valor, na verdade, ainda não foi fechado, mas já se sabe que supera o previsto pelo governo.
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A União ofereceu ao mercado R$ 35 bilhões, considerando uma oferta primária de 627,6 milhões de papéis e mais um lote adicional de 104,6 milhões de ações. Confirmadas as expectativas, será a maior oferta de ações na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, desde a capitalização da Petrobras, em 2010.
Diante do cenário, a estatal se tornará privada, sem controlador definido, em um movimento que representa uma vitória para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e para o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Será a primeira empresa do governo vendida na totalidade. Até então só haviam sido repassadas subsidiárias de estatais para a iniciativa privada.
Os investimentos não se restringiram aos grandes fundos de investimento. A reserva de ações com recursos do FGTS ficou próxima de R$ 9 bilhões. O volume supera o previsto para a categoria, que era de R$ 6 bilhões. Em razão disso, também terão rateio. A distribuição das ações entre cotistas do FGTS na privatização ainda será definida.
O rateio vai ser feito entre as diversas categorias de interessados, como aplicações com FGTS, varejo e grandes investidores. Como se trata de uma privatização, os parâmetros da oferta preveem valor mínimo de ação, por exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), e valor-alvo fixado pelo BNDES.
As ações começarão a ser negociadas na B3 na próxima segunda-feira (13.jun), quando os investidores pagarem os valores referentes à reserva. As ADRs (recibos de ações) na Bolsa de Nova York iniciam sua negociação na sexta-feira.
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