Presidente da Petrobras: "Não há relação" entre lucro e preço do combustível
José Mauro Ferreira Coelho rebateu críticas de Bolsonaro, que chamou de estupro a relação da estatal com os brasileiros
Pablo Valler
O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Filho, disse achar legítima a preocupação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), sobre os preços dos combustíveis. "Acontece em todo o mundo, é uma questão de todos os líderes governamentais." Mas, durante uma entrevista coletiva nesta 6ª feira (6.mai), defendeu que não há associação direta entre o que os brasileiros estão pagando pelos combustíves e os lucros da empresa.
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"Quero citar o que resultou", pediu à imprensa, fazendo questão de contar em tópicos as ações da companhia para alcançar o lucro de R$ 44,5 bilhões entre janeiro e março deste ano.
- Foco no pré-sal;
- Aumento de 10% nas extrações de petróleo e gás;
- Redução de 51% no custo para extração;
- Redução de 30% no custo para refino;
- Redução da dívida de R$ 160 bi para R$ 60 bi;
- Investimentos mais responsáveis;
- Valor recebido pelo petróleo, o mais alto desde 2014;
- Incremento da exportação;
- Valorização do dólar, que impacta positivamente na exportação.
Coelho garantiu ainda que "a Petrobras se preocupa com os preços de mercado e não repassa volatilidades momentâneas de imediato", defendendo a empresa das acusações de Bolsonaro durante uma trasnmissão via redes socias na 5ª feira: "O lucro da Petrobras é maior com a crise, isso é um crime, inadmissível", e ainda completou chamando de "estupro" o que a estatal pratica com os consumidores brasileiros.
Os insultos ainda foram defendidos com outros dados relevantes para demonstrar o contrário, de que a Petrobras gera benefícios: "Dos 800 mil acionistas, 700 mil são brasileiros. Ou seja, retorno para o estado brasileiro". Ainda na 5ª foi divulgado que R$ 48,5 bilhões em dividendos serão distribuídos entre os acionistas. Sem contar que, no mesmo período, o 1º trimestre, R$ 70 bilhões em impostos foram pagos para o governo federal.
Para concluir, Coelho mencionou que a Petrobras é mais eficiente que o Planalto na criação de empregos: "A cada R$ 1 bilhão investidos, são 10 mil novos empregos".
Sobre os investimentos para 2022, destaque para mais um campo do pré-sal que está prestes a ser explorado. Fica entre Amapá e Pará, na foz do rio Amazonas. São centenas de poços sendo perfurados a mais de 2 mil metros de profundidade e que podem render entre 20 bilhões e 30 bilhões de barris. "Vai produzir como nunca antes", disse orgulhoso o diretor de relacionamento institucional e sustentabilidade, Rafael Chaves.