Com Selic a 11,75%, onde é melhor investir? Economista responde
Alta taxa básica de juros pode tornar alguns investimentos mais atraentes que outros
Bruna Yamaguti
Com a nova alta da taxa básica de juros (Selic), chegando a 11,75%, o rendimento das aplicações pode ficar mais atraente, sobretudo, nos investimentos de renda fixa.
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A decisão de aumentar a Selic, dada de forma unânime pelo Comitê de Política Monetária (Copom), representa o nono aumento consecutivo da taxa básica de juros. Em março do ano passado, a taxa estava no menor valor da história: 2%. O reajuste também leva a Selic para o maior patamar desde abril de 2017. À época, o índice marcava os 12,25% ao ano.
A taxa básica de juros serve como referência para o retorno dos investimentos. Com o valor em alta, o cenário para investir em renda fixa é o mais propício. Isso porque, ao invés de correr riscos, o investidor terá uma garantia de retorno a médio e longo prazo.
É o que explica o economista Sean Butler, sócio-fundador da Golfinvest/XP Investimentos. "Nesse patamar de juros básico, e com um juros real em torno de 7% ao ano, é natural uma forte migração de investimentos de renda variável para renda fixa", afirma.
Até a caderneta de poupança, mesmo perdendo para a inflação, passa a pagar mais aos investidores."O ideal para o investidor, neste momento em que nos aproximamos do final do ciclo da alta de juros, é balancear o portfólio de renda fixa com os três tipos de ativos disponíveis: Pré-fixados (ex: LTN) , Pós -fixado (ex: LFT), e os atrelados à inflação (NTN-B)", recomenda Butler.
O Banco Central eleva a taxa de juros com o objetivo de controlar a inflação, já que, com um juros alto, consequente, diminui-se o consumo das famílias. No entanto, mesmo após as altas consecutivas da Selic, a inflação não dá sinais de que vá diminuir. Isso pode significar que o movimento de alta esteja chegando ao fim.
"Os ciclos de alta de juros geralmente não duram mais que quatro ou cinco anos, por isso, alocar em prazos longos pode ser uma boa estratégia, já que estima-se que os juros começarão a cair em Janeiro de 2023", ressalta o economista. "Porém, é importante contar com um especialista para orientar, ou, ainda, fazer isso através de fundos que conheçam a estratégia da curva de juros no Brasil", acrescenta.
Se, por um lado, alguns investidores podem se beneficiar desse cenário, por outro, alguns setores acabam sendo negativamente afetados. "Empresas do varejo, por exemplo, precisam operar excessivamente alavancadas, para que a concorrência não ganhe espaço em determinada região. Com isso, emitem muita dívida e pagam muitos juros constantemente", explica Butler.
"Assim, quando os juros sobem, as empresas são muito impactadas, em toda sua estrutura de custos", completa.