Publicidade
Economia

Ações da Petrobras fecham em queda de 7,1% após fala de Bolsonaro

Presidente criticou paridade de preço do petróleo, adotada pela companhia

Imagem da noticia Ações da Petrobras fecham em queda de 7,1% após fala de Bolsonaro
Funcionário da Petrobras observa tanque com a marca 'BR' pintada no exterior (Divulgação/Petrobras)
• Atualizado em
Publicidade

As ações da Petrobras (PETR4) fecharam em queda de 7,1% nesta 2ª feira (7.mar), na Bolsa de Valores de São Paulo, sendo cotada a R$ 31,80. Mais cedo, em entrevista à rádio Folha, de Roraima, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a paridade de preço do petróleo, adotada pela companhia, e disse que o governo estuda medidas para conter a disparada no preço dos combustíveis, motivada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Técnicos do ministério de Minas e Energia, Casa Civil e assessores do chefe do Executivo federal se reuniram durante a tarde no Palácio do Planalto. Oficialmente, a ordem no governo é seguir na defesa do projeto que estabelece um valor único para o ICMS sobre os combustíveis - o que prejudicaria a arrecadação dos estados. O presidente do senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu colocar a proposta em votação ainda nesta semana.

Pela manhã, em entrevista à rádio Folha, de Roraima, Bolsonaro confirmou a estratégia para conter a disparada no preço dos combustíveis: "o Governo Federal e nós, com ministro da Economia e de Minas e Energia, junto com a Petrobras, vamos buscar uma alternativa, porque se você for repassar isso para o preço dos combustíveis, vai ser um aumento em torno de 50%, não é admissível fazer isso".

O presidente Bolsonaro avisou todos os ministros e também os integrantes do segundo escalão do governo para que não tratem do preço dos combustíveis publicamente. Ele ficou incomodado depois que começou a ser especulada a manutenção da atual política de preços da Petrobras, o chamado Plano de Paridade de Importação (PPI) da estatal. O chefe do Executivo critica a adoção desse modelo, que foi implementado em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer.

"Estamos tomando medidas porque é algo anormal. O barril do petróleo saiu da casa dos US$ 80,00 para US$ 120,00. Agora, tem uma legislação errada lá atrás que você tem uma paridade com o preço internacional. Ou seja, o que é tirado de petróleo leva-se em conta o preço fora do Brasil. Isso não pode continuar acontecendo", pontuou na entrevista à rádio.

Internamente, os técnicos da Petrobras garantem que o valor cobrado pelos combustíveis já está defasado e que é preciso repassar pelo menos uma parte da alta recente no preço do barril do petróleo. Por causa disso, Bolsonaro já começou a procurar outros nomes para substituir o atual presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna. Em meio à especulação de uma nova mudança na direção, o presidente do Flamengo, Robson Landim, assume em abril o conselho de administração da Petrobras.

O vice-presidente Hamilton Mourão também defendeu que algo seja feito para conter os preços dos combustíveis: "o governo tem que buscar uma solução, outros governos mundo afora estão buscando essa solução".

A queda nas ações da estatal, nesta 2ª feira, contribuíram para o Ibovespa -- principal índice da B3 -- encerrar o pregão em queda de 2,52$, aos 111.593,46 pontos.

Veja também:

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade