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Situação econômica da América do Sul deve continuar negativa em 2022

Pesquisador associado do FGV/IBRE, Livio Ribeiro espera um cenário econômico difícil para a região

Situação econômica da América do Sul deve continuar negativa em 2022
Novo dinheiro, com seis zeros a menos, na Venezuela
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As perspectivas econômicas para a América do Sul em 2022 não são as melhores e, a razão, está a mais de 16 mil km de distância. Em um contexto de crise sanitária e social gerada pela pandemia do coronavírus, a recuperação das principais economias sul-americanas está diretamente atrelada à China, que, desde o segundo trimestre, vem enfrentando a desaceleração da economia, um novo processo regulatório no setor de tecnologia, e uma crise imobiliária.

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Por mais de duas décadas, o país tem sido um parceiro comercial importante para a América Latina. Também é um dos mais notáveis investidores, com aplicações no setor da infraestrutura, óleo e gás. Segundo dados da organização sem fins lucrativos Diálogo Interamericano (Dialogue), desde 2005, a nação asiática forneceu mais de US$ 137 bilhões em empréstimos para a região. Em média, Pequim e seus bancos de desenvolvimento investiram US$ 1,7 bilhão por ano, mas esse número vem caindo. Em 2020, no entanto, a China não concedeu empréstimos à América Latina.

Para Livio Ribeiro, pesquisador associado do FGV/IBRE e sócio da consultoria econômica BRCG, as expectativas acerca do atual cenário econômico da América do Sul são negativas: "2022 será um ano mais complicado que 2021".

Na Argentina, o embate entre o atual presidente do país, Alberto Fernández, e a vice, Cristina Kirchner, tem contribuído para a mudança na economia. "Isso muda um pouco em termos de como o governo vai atualizar a pauta econômica", explica o especialista. Neste ano, a inflação do país já chegou a 51,8%, a maior do continente. A lenta recuperação dos principais parceiros, China e Brasil, afeta as tentativas de retomada.

A pobreza também se agravou, atingindo 4 entre 10 cidadãos argentinos no primeiro semestre em 2021, como aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).

Já o Chile, cuja eleição presidencial está marcada para 21 de novembro, vem sofrendo os impactos causados pela queda dos preços das commodities exportadas, especialmente o cobre, que tem a China como um de seus principais compradores. Apesar disso, o país projeta um crescimento de 10,3% para 2021.

Quanto à Venezuela, que, reabriu a fronteira comercial com a Colômbia e cortou seis zeros da moeda para tentar conter a hiperinflação, o cenário é encarado com cautela pelo especialista. "Cortar seis zeros para conter a inflação não vai funcionar. Outros países fizeram a mesma coisa e deu errado".

Caso brasileiro

No Brasil, a população já sente os efeitos da inflação, que impacta o poder de compra dos consumidores. O aumento dos preços dos combustíveis e da energia, em função da crise hídrica, são alguns dos fatores que contribuíram para a elevação. A alta também se reflete nos alimentos, como a carne vermelha, que atingiu os menores índices de consumo dos últimos 26 anos. 

Para 2021, a previsão do mercado financeiro é de que a inflação permaneça em 8,51%. Em 2022, a estimativa é de queda, indo para 4,14%. "A tendência é crescer antes de cair", salienta Ribeiro.

Maior comprador dos produtos brasileiros e um dos cinco maiores investidores na economia nacional, a China tem grande influência no desempenho econômico do Brasil. Qualquer desaceleração que impacte de forma negativa a demanda chinesa se traduz em um menor crescimento para o país.

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