Pequenas empresas batem recorde de desempenho no terceiro trimestre do ano

As pequenas empresas registraram o melhor resultado em nove anos, mesmo em meio à pandemia. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o índice de desempenho da chamada pequena indústria alcançou os 52,3 pontos no terceiro trimestre de 2020. Para efeito de comparação, esse indicador não passou de 41,3 pontos no fim de junho.

O número representa uma espécie de termômetro das atividades do setor, que vem se recuperando. Em abril, por exemplo, um mês após o início da pandemia e auge do isolamento social, o indicador tinha caído para o nível mais baixo desde 2012.

O aumento é consequência da reabertura da economia, que trouxe impactos positivos para a indústria. Paulo Brunholi, empresário no ramo de bebidas alcoólicas, contou que tomou um susto no início da pandemia, mas conseguiu recuperar a empresa. "Estivemos com expansão de linha de produção, expansão de linha de envase e contratação de mão de obra", disse ele.

No entanto, isso não significa que a crise acabou. A pequena indústria ainda sente os reflexos da pandemia. Há fatores relevantes como a escassez de matéria-prima e energia elétrica mais cara, além dos impostos, que não pararam de ser cobrados.

Segundo a Confederação, para reduzir a falta de estoque e a variação no preço dos produtos, que também afeta o consumidor, é essencial que as empresas continuem contando com medidas de ajuda.

O gerente-executivo de política industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, alertou que devem ser mantidas inúmeras medidas relacionadas à postergação de tributos que foram tomadas na emergência da crise. "Hoje, temos uma retomada da atividade, mas as empresas ainda estão em situação frágil, muitas delas estão endividadas e a renda também foi muito impactada", explicou ele.