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Economia

Guedes acusa Febraban de financiar estudos para enfraquecê-lo

Ministro disse que desoneração da folha de pagamentos depende da aprovação de novo imposto

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O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em audiência no Congresso Nacional nesta 5ª feira (29.out), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) atua como "casa de lobby" e busca enfraquecê-lo no governo. Segundo ele, a federação estaria financiando estudos em ministérios mais "gastadores" - ou seja, contrários ao posicionamento mais liberal de Guedes, defensor do teto de gastos.

"A Febraban é uma casa de lobby. Muito justo o lobby. Tá escrito assim na testa: 'lobby bancário', que é para todo mundo entender do que se trata. Inclusive, financiando estudos que não têm nada a ver com a atividade de defesa das transações bancárias. Financiando ministro gastador pra ver se fura teto, para ver se derruba o outro lado. Então tem que falar a verdade. Como diz o nosso presidente, a verdade nos libertará."

O ministro fez as declarações na comissão mista que acompanha as medidas de enfrentamento à covid-19. 

Nenhum ministro "gastador" foi citado nominalmente. Mas Guedes, há meses, tem uma relação tensionada com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, por causa da questão do teto. Guedes defende que não há espaço para propostas que ameacem o cumprimento do limite de gastos no orçamento de 2021. Os ministros chegaram a sugerir que a recuperação no pós-pandemia está diretamente ligada ao investimentos público. 

Guedes também fez comentários sobre a proposta de criação de um imposto sobre transações financeiras no ambiente digital, que segue em estudo pela equipe econômica e foi apelidado de "digitax". Segundo o ministro, o imposto é o que abriria espaço para renovar por mais um ano a chamada desoneração da folha de pagamento - medida que alivia as cobranças de impostos de empresas em 17 setores. A extensão do benefício será discutida no mês de novembro pelo Congresso Nacional.

"Aprovar isso sem dizer de onde vem o dinheiro, pelo menos no tocante a nós, não aprovamos. Nós votamos pelo veto. Nós recomendamos o veto ao presidente sabendo que em questão de mérito nós gostaríamos de ter um resultado interessante. Mas, por responsabilidade fiscal não podemos apoiar. Por isso que nós achávamos, justamente, que talvez com a criação desse imposto alternativo nós desoneraríamos a todos e para sempre por mais tempo e esse era o nosso tratamento recomendado."

Depois de defender a criação do imposto, Paulo Guedes foi irônico: disse que em época de eleição ele está morto, assim como a possibilidade de desoneração: "Esse imposto, considere-se morto. Esse imposto não existe. Agora, você apoia a desoneração sem fonte? Sem dizer de onde vem o dinheiro? (...) Quem sabe eu tenha que parar de falar desse imposto mesmo. Inclusive, estamos em véspera de eleição e quero declarar o seguinte: esse imposto, considere-se morto. Extinto."
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