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Economia

Impasse sobre novo programa social fragiliza Paulo Guedes ainda mais

Declaração do ministro sobre precatórios fez subir a tensão com o Congresso

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Impasse sobre novo programa social fragiliza Paulo Guedes ainda mais
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O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: J.F. Diorio/Estadão Conteúdo

Uma declaração do ministro da Economia nesta quarta-feira (30.set) fez o senador Márcio Bittar adiar a apresentação do texto do Renda Cidadã, programa social que o governo pretende colocar como substituto do Bolsa Família.

Em entrevista à imprensa no ministério sobre resultados do mercado de trabalho, Guedes afastou a ideia de que o governo use o dinheiro reservado para o pagamento de dívidas -- os chamados precatórios -- para financiar o programa social. "Não pode ser financiado por um puxadinho, por um ajuste", afirmou. "Ninguém vai botar em risco a liquidação de dívidas do governo brasileiro."

Os precatórios são as dívidas reconhecidas pela Justiça que a União tem com cidadãos e empresas. Dois dias antes, o anúncio do governo a respeito do Renda Cidadã dizia que o financiamento para o programa viria da fatia do Orçamento reservada para estes pagamentos. Guedes estava presente na ocasião, mas a declaração desta 4ª vai no sentido oposto.

A reação do governo foi rápida. O presidente Bolsonaro convocou às pressas uma reunião no Palácio do Planalto no início da noite com o senador Márcio Bittar. o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, e secretários do Ministério da Economia. Na saída, os parlamentares não conversaram com a imprensa.

Assessores confirmaram que o clima da reunião foi tenso. Parlamentares próximos a Bittar dizem que a apresentação do Renda Cidadã ocorrerá nesta, 5ª feira (1º.out), independentemente do sinal verde da equipe econômica. O clima geral é de que, se o senador contrariar Paulo Guedes e mantiver os precatórios como uma das fontes para financiar o novo programa social, a permanência do ministro no governo não se sustenta mais.

Também nesta 4ª feira, Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seguiram trocando farpas. Guedes afirmou que Maia está acertado com a esquerda e o presidente da Câmara respondeu dizendo que o ministro está "desequilibrado".
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