Ajudante de pedreiro morto por policiais é enterrado
"Suspeito de quê? De ser preto? De ser favelado?", questionou amiga da vítima. Homem foi baleado com seis tiros na zona sul de SP
Primeiro Impacto
O corpo do ajudante de pedreiro Gilberto Amâncio, 30 anos, foi enterrado no cemitério São Luiz, na zona sul de São Paulo (SP), no sábado (15). O homem foi morto com seis tiros por policiais civis durante uma operação contra o tráfico na Favela da Felicidade, também localizada no sul da capital paulista, na sexta-feira (14).
A família, revoltada, afirmou que Gilberto nunca teve envolvimento com o crime. Por outro lado, a polícia afirma que houve tiroteio. Em protesto contra a ação violenta dos agentes, moradores incendiaram um ônibus.
Os familiares não acreditam na versão da Civil e alegam discriminação e racismo por parte das forças de segurança. "Quando ele [policial] me disse que ele era um suspeito, eu perguntei: 'suspeito de que?' e ele não soube me responder. Eu falei: 'suspeito de quê? De ser preto? De ser favelado?'", questionou a Juziete Matos, amiga de Gilberto, acrescentando que a vítima "seria incapaz de trocar tiro com alguém".
A Secretaria de Segurança Pública afirmou, em nota, que dois rapazes foram encontrados em uma viela e que um deles sacou uma arma em direção aos policiais, que revidaram com seis tiros. O revólver que supostamente foi encontrado com o ajudante de pedreiro era falso. A polícia diz que o homem foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Durante o protesto, um policial ficou ferido ao tentar dispersar a população e foi encaminhado a um hospital. Três pessoas foram presas com bombas caseiras.