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Crime

Psicólogo analisa perfil de assassino que matou jovem gamer

Influência de jogos violentos em autores de crimes não é comprovada. Guilherme Costa deixou "manifesto" sobre morte

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Guilherme Costa sendo preso por policial depois de assassinato
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A morte cruel de Ingrid Oliveira Bueno da Silva por conta de um jogo de videogame, atraída pelo assassino Guilherme Alves Costa ao local do crime, reascendeu o debate sobre a suposta influência de jogos violentos à mentalidade daqueles que disputam esse tipo de atração. O caso aconteceu em São Paulo (SP).

Muitos casos de mortes nos últimos anos têm em comum o interesse dos autores dos crimes em jogos. No entanto, as situações dramáticas não estão relacionadas à prática dos jogadores e não há comprovação de que a influência dos games violentos seja determinante para a prática de mortes na vida real.

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Porém, o psicanalista Gregor Osipoff afirma que esses casos devem ser vistos com muita atenção. "Não podemos de forma alguma criminalizar o jogo. Esses sinais aparecem desde criança, esse lado antissocial. E o jogo é ruim porque a criança fica horas [jogando] e a criança não conversa, não tem uma interação. É um alerta", afirma. 

Segundo investigações, Guilherme teria usado uma faca, uma espada e tentou degolar Ingrid. Ele já foi denunciado ao Ministério Público e a Promotoria pediu exame de sanidade mental ao assassino, que confessou o crime.

O autor do crime deixou uma espécie de manifesto. O psicólogo Jacob Pinheiro Golsberg teve acesso ao escrito e afirmou que a carta é que vai delimitar os limites do assassinato. "Todas as manifestações de crimes dessa natureza sempre representam uma afirmação ?política?. Esse manifesto dele, por exemplo, [é] contra o cristianismo", explica.

De acordo com Golsberg, Guilherme estava "matando uma ideia cultural, religiosa, do cristianismo. É uma posição ideológica, ele tinha intenção de fazer um ato político", diz. A vítima, no caso, "representou o objeto do ódio, da posição doentia, mórbida, patológica dele".

Em estudos realizados, o psicólogo afirma que o efeito da pandemia de coronavírus em pessoas com mentes de tendência criminosa pode causar um impacto grande. "Vai tendo reflexos profundos, principalmente em mentes jovens ou doentias, como é o caso dele [Guilherme]", pontua, destacando que o manifesto exala "o medo da perda da individualidade".

Outro aspecto neste tipo de crime é que o autor tenha a tendência destrutiva de se matar, desejo supostamente externado por Guilherme. "Existe um fenômeno que é a necrofilia: o prazer, o gozo, o desejo de morte, de destruição. É uma manifestação que fica entre a doença e o crime, é uma zona muito ambivalente".

O psicólogo considera que este tipo de crime, desta natureza, incluindo o de feminicídio, "podem e devem até serem considerados, na minha opinião, passíveis da pena de prisão perpétua. Porque não existe possibilidade de recuperação", finaliza.

 
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