Planalto quer votar medidas econômicas no Congresso antes de eleições municipais
Detalhes da Reforma Tributária e iniciativas para ampliar arrecadação estão entre as prioridades, e devem ser pautadas até julho

Débora Bergamasco
A equipe econômica do presidente Lula prepara um calendário para pautar, no Congresso Nacional, medidas consideradas importantes, ainda no primeiro semestre de 2024. A ideia é que o detalhamento da Reforma Tributária e iniciativas para aumentar a arrecadação, por exemplo, sejam aprovadas até julho, antes do início da campanha para as eleições municipais, em outubro.
"Programar para executar, no máximo, até junho. Eu não estou dizendo, com isso, que o país vai parar em função da eleição do segundo semestre, mas as forças políticas, parlamentares e o Congresso vão estar muito voltados para as principais disputas do país. A nossa agenda tem que ser preliminarmente pensada para o primeiro semestre, e nós temos o que me parece ser duas questões que são centrais para a agenda econômica do país", afirma o líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT-CE).
Integrantes do Governo, parlamentares e especialistas acreditam que, em 2024, a tensão entre a gestão Lula e o Congresso será menor do que foi no primeiro ano de mandato.
"O que nós esperamos para esse segundo ano de governo é uma relação talvez um pouco mais amistosa, dado que o primeiro ano do governo foi justamente para acertar a casa, acertar as questões da governabilidade e passar as principais pautas, no primeiro ano. O segundo ano já se espera mais entregas de Executivo na ponta", esclarece o cientista político Enrico Ribeiro.
O Planalto definiu três temas prioritários: reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia que mais empregam no país, além de outras medidas para aumentar a arrecadação; detalhar a Reforma Tributária; e garantir a execução do novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, que prevê R$ 55 bilhões em investimentos, só em 2024.
A oposição considera erradas as estratégias do Governo para tentar equilibrar as contas públicas, e vai resistir a esse tipo de votação. "O Governo não pode colocar sobre o Congresso a responsabilidade que é sua. A responsabilidade de cortar gastos, de cortar despesas, melhorar a gestão, e não apenas aumentar a arrecadação para garantir mais investimento", argumenta o senador Marcos Rogério (PL-RO).









