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Congresso

CPMI vai votar convocação de ex-comandante da Marinha sobre "golpe"

Relatora quer depoimento de almirante Almir Garnier sobre reunião do "golpe" com Bolsonaro, citada em delação da Mauro Cid

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A CPMI do 8 de Janeiro vai analisar a convocação e a quebra do sigilo telemático do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha que teria discutido com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre um golpe. 
A informação de supostas conversas e apoio de Garnier - como é conhecido o militar da reserva - a um "golpe" integra a delação premiada de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordem do Planalto, tornada pública nesta 5ª feira (21.set). 
Bolsonaro teria buscado os comandantes das Forças Armadas, no final de 2022, para consultar sobre um suposto "golpe" e Garnier foi quem demonstrou apoio, segundo as informações.

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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, disse nesta 5ª feira que vai apresentar um requerimento para convocar Garnier para ser ouvido.
Segundo ela, Garnier é "uma figura central nas investigações" sobre as invasões do 8 de janeiro aos prédios-sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Senado, afirmou que a informação tornada pública nesta 5ª feira sobre a delação de Mauro Cid, fechada com a Polícia Federal, "completa o roteiro do golpe".

"Com dados tornados públicos hoje sobre a delação de Mauro Cid, temos os elementos todos do golpe. Os idealizadores, os financiados, os executores. Todo cronograma do golpe está desenhado. Só faltava o cabeça do governo", afirmou o senador.

Segundo ele, as manifestações iniciadas no dia 30 de outubro, após a derrota nas eleições de 2022, o acampamento na frente do quartel-general do Exército, a tentativa de invasão ao hotel de Lula no dia 8 de dezembro, os ataques à sede da PF no dia 12 de dezembro, a tentativa de bomba no aeroporto no dia 24 de dezembro e o 8 de janeiro são parte de uma ação única e orquestrada. 

"Tudo fazia parte de um enredo golpista sob o comando do senhor Jair Bolsonaro", afirmou Randolfe. 

Delação

As afirmações foram feitas durante a sessão da CPMI no Congresso, nesta 5ª. Os parlamentares interrogaram Wellington Macedo de Souza, preso e condenado pela tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal.
Ex-assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, no governo Bolsonaro, o blogueiro foi preso na semana passada no Paraguai, após meses foragido. Ele está condenado a 6 anos de prisão pela tentativa de atentado.

Com uma decisão obtida no Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garantiu o direito de permanecer calado na CPMI, ele não respondeu às perguntas dos parlamentares.

"Eu vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso aos autos acusatórios contra esta pessoa que aqui está, que até hoje não sabe porque tem pago um preço tão alto e tanta humilhação", afirmou Souza, no início da sessão.

"Quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui que eu vou colaborar com vocês."

Questionado por parlamentares sobre uma eventual negociação para um acordo de delação premiada com a CPMI, Wellington Macedo afirmou que, após ter acesso aos dados das investigações contra ele, pode voltar a conversar com a comissão, via seu advogado.

Convocações

Além de Garnier, a CPMI vai votar na próxima 3ª feira (26.set) outras convocações. Entre elas, a de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência no governo Bolsonaro, que também teve o nome citado por Mauro Cid - que já teve novo pedido de convocação aprovado pela CPMI do 8/1.

Outro nome com pedido de convocação é o do empresário Meyer Nigri, dono da construtura Tecnica e alvo das investigações do STF. Os parlamentares da base de governo querem ouvir o investigado sobre supostos financiamentos de atos antidemocráticos, após a derrota de Bolsonaro e sobre o 8 de janeiro.
 

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