Na CPI, Anderson Torres está proibido de ter contato com Flávio Bolsonaro
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro presta depoimento aos parlamentares
SBT News
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, presta depoimento, nesta 3ª feira (8.ago), à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro.
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Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o ex-secretário não poderá ter contato com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nem com o senador Marcos do Val (Podemos-ES). O ministro negou o pedido de liberação da proibição. No entendimento dele, "considerando a evidente conexão dos fatos em apuração e as investigações das quais ambos fazem parte, fica mantida a proibição de contato pessoal e individual com ambos".
Além disso, Anderson Torres poderá ficar calado durante a sessão. O Supremo Tribunal Federal garantiu ao ex-ministro o direito de permanecer em silêncio "se instado a responder perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo ou em sua incriminação".
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) - que assinou um dos requerimento para a oitiva com o ex-secretário - classifica como "importante a colaboração do Torres, que ficou preso por quatro meses e está em uso de tornozeleira eletrônica, como testemunha para esclarecer fatos relacionados ao 8 de Janeiro".
Além disso, Torres deverá ser questionado sobre as operações de segurança na véspera do segundo turno das eleições presidenciais e ainda quanto aos ataques à sede da Polícia Federal no dia 12 de dezembro de 2022 bem como da tentativa de explosão de uma bomba nos arredores do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, no fim do ano passado.
"Nesse sentido, e dentro de uma fase inicial de oitivas de testemunhas, pleiteia-se a inquirição do Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, como testemunha, sob compromisso, dos atos ocorridos no Brasil durante o dia 30 de outubro de 2022, e dos atos ocorridos em Brasília durante os dias 12 e 24 de dezembro de 2022 e durante o dia 8 de janeiro de 2023. Pensa-se que o senhor Anderson, por óbvio, trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente Comissão", apontou a senadora no requerimento.
No dia 14 de janeiro de 2023, Anderson Torres teve a prisão decretada por indícios de omissão nos ataques contra o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Ele ficou preso por quatro meses e, agora, cumpre medidas cautelares, entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica.