Interrogado na CPMI do 8/1, Mauro Cid pode ficar em silêncio
STF obrigou ex-ajudante de Bolsonaro a depor na 3ª, mas garantiu direito a não se incriminar; governistas preparam artilharia
SBT News
A CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro retoma os trabalhos, nesta 3ª feira (11.jul), com expectativas para o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid e novos embates entre parlamentares da base governista de Lula e oposicionistas aliados de Bolsonaro.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8/1 parou na semana passada devido a votação da reforma fiscal no Congresso. Na manhã desta 3ª, os trabalhos retomam com o mais esperado depoimento para os membros governistas.
O ex-ajundante de ordem de Jair Bolsonaro (PL), no Planalto, não deu declarações públicas desde que foi preso. Detido em 3 de maio, alvo da Polícia Federal (PF) em investigação sobre suposta fraudes nos registros de vacinação contra covid-19, o militar teve o direito a liberdade negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), há dez dias.
Na PF, Mauro Cid foi ouvido em inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Mas para a CPMI, obteve o direito, no STF, de permanecer em silêncio, em perguntas de casos que podem o incriminar.
Silêncio
Parlamentares da base bolsonarista defendem que ele permanece calado, diante das perguntas dos governistas. Como maioria na comissão, eles abrem o interrogatório na 3ª.
A decisão do STF, da ministra Cármen Lúcia, obriga Cid a comparecer ao depoimento, mas lhe dá o direito de permanecer em silêncio sobre questionamentos que possam o incriminar. A convocação de Cid havia sido marcada iniciamente para a semana passada, mas devido a suspensão dos trabalhos, foi remarcada.
O pedido feito pela relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), tem como base as mensagens do celular de Cid, parte das investigações da PF sobre o caso das vacinas. Nelas, perícia apontou possível referências a atos golpistas.
+ CPMI abre depoimentos com ex-chefe da PRF de Bolsonaro
O ex-subchefe do Estado-Maior do Exército Jean Lawand Júnior, que aparece nas mensagens, foi ouvido pela CPMI no dia 27 de junho. Na ocasião, Lawand negou ter defendido uma intervenção das Forças Armandas na Justiça Eleitoral.
Depoimentos
A CPMI ouviu sete pessoas, desde o início dos trabalhos. Entre eles o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, que abriu a fase de interrogatórios. Outro preso ouvido pela comissão foi o ex-comandante da Polícia Militar do DF coronel Jorge Naime, que negou envolvimento em atos golpistas ou omissão em sua função no 8 de janeiro.
Estão convocados ainda o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e o ex-ministro e ex-candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto.
Leia também:
+ Governo vai lançar ofensiva para manter texto da Reforma Tributária no Senado
+ Lawand ouve pedido de prisão e críticas até da oposição na CPI do 8/1
+ Veja o que a PF encontrou no celular de Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro