Líder do governo diz que CPMI dos atos golpistas será instalada no fim do mês
Oposição ao governo no Senado aguarda resposta sobre composição do colegiado para indicar componentes

Cristiane Noberto
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta 5ª feira (4.mai) que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de janeiro será instalada nos próximos quinze dias. De acordo com o parlamentar, o impasse quanto à indicação de parlamentares para compor o colegiado, será definido até o fim da próxima semana.
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Entenda:
- O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez a leitura do requerimento de instalação da CPMI do dia 8/1 no final de abril.
- O rito é a abertura formal da comissão que irá apurar os fatos que levaram à invasão das sedes dos três Poderes, mas os trabalhos só iniciam após as indicações dos componentes do colegiado.
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados no Congresso eram contra a abertura da comissão, pois poderia desgastar a imagem do governo; após iminente instalação do colegiado, e correm agora para assumir o controle da CPMI.
- O grupo terá prazo de 180 dias para investigar os "atos de ação e omissão" ocorridos no dia 8 de janeiro.
"É necessário ainda a comunicação por parte do presidente do Congresso sobre a proporcionalidade do Congresso. Há ainda uma comunicação da Câmara sobre os partidos que têm liderança na Casa e que querem cadeiras na Comissão. Creio eu que (essa situação) estará resolvida hoje. Aí na 3ª ou 5ª, os partidos farão as indicações para na semana posterior a gente possa instalar a CPMI", disse o senador Randolfe Rodrigues.
Composição
A proporcionalidade dos representantes também é questionada. Até o momento, a maioria do colegiado deverá ser formada por aliados do presidente Lula: ao menos 20 das 32 cadeiras da CPMI.
A oposição ao governo no Senado também aguarda a resposta do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quanto a composição do colegiado.
Nesta 5ª feira (4.mai), o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), disse que Pacheco deve responder a questão até esta 6ª feira (5.mai). Segundo o parlamentar, somente após a confirmação, irá indicar os nomes para compor a comissão.
"Nossa preocupação desde o início é de que a comissão se debruce de forma isenta sobre os fatos. Para nós, não é muito importante quem serão os indicados, mas quem quer que sejam, que permitam que a investigação seja completa, sob todos os aspectos", defendeu Marinho
Seguindo a ordem de proporcionalidade, o Senado Federal ficará com as seguintes vagas:
6 vagas para o Bloco Democracia: Podemos, MDB, União Brasil, PDT, PSDB
6 vagas para o Bloco Resistência Democrática: PT, PSD, PSB, Rede
2 vagas para o Bloco Aliança: PP, Republicanos
2 vagas para o Bloco Vanguarda: PL, Novo, 2 vagas
Na Câmara dos Deputados, valerá a ordem:
5 vagas para o Bloco PDT, PP, União Brasil, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e PSDB-Cidadania
4 vagas para o Bloco PSD, MDB, Republicanos, Podemos/PSC, 4 vagas
3 vagas para o Partido Liberal
3 vagas para a Federação PT/PCdoB/PV
1 vaga para a Federação PSOL/Rede
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