"Não saio nem com guindaste", diz senadora sobre apartamento funcional
Briga entre parlamentares e possível despejo; Câmara quer que 11 senadores desocupem as unidades
Como mais um resultado da tensão entre as presidências da Câmara e do Senado federal, a mesa diretora da Câmara dos Deputados enviou um ofício ao Senado pedindo a desocupação de 11 apartamentos funcionais ocupados por senadores, a maior parte dos parlamentares começou a ocupar os imóveis durante mandato como deputado ou deputada federal.
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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) uma das integrantes da lista de potenciais despejados, garantiu: "Não saio nem com guindaste". Segundo a senadora os imóveis pertencem à União, em última instância, e este acordo entre Câmara e Senado já vem sendo renovado há muito tempo.
Como justificativa para o pedido, a Câmara alegou que 11 senadores ocupam imóveis da Câmara e apenas 3 deputados ocupam imóveis do Senado e que o contexto "de não reciprocidade numérica dificulta a manutenção de acordo entre as Casas para a cessão de imóveis". O documento afirma ainda que houve um aumento significativo da demanda de deputados que desejam ocupar imediatamente apartamentos funcionais. Segundo a mesa diretora da Câmara, a Casa tem cerca de 370 imóveis aptos para serem ocupados e uma carência que passa de 100 unidades.
O Senado já comunicou todos os parlamentares da Casa que ocupam apartamentos da Câmara, mas o documento não determina data para a desocupação.
Veja a lista dos senadores que ocupam imóveis funcionais da Câmara: Alan Rick (União Brasil-AC), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Dr. Hiram (PP-RR), Efraim Filho (União Brasil-PB), Eliziane Gama (PSD-MA), Marcelo Castro (MDB-PI), Professora Dorinha (União Brasil-TO), Romário (PL-RJ), Tereza Cristina (PP-MS) e Wellington Fagundes (PL-MT).
Já os deputados que estão em imóveis do Senado são: Aécio Neves (PSDB-MG), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Medeiros (PL-MT).
Imóvel cedido pela União
O documento também inclui na lista de senadores que ocupam apartamentos da Câmara, Wellington Dias (PT-PI), senador licenciado e atual ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. No entanto, um relatório mensal do próprio Senado informa que Dias não recebe auxílio-moradia, nem utiliza imóvel funcional. A unidade, na prática, então não contaria como desfalque, uma vez que foi cedido um imóvel da União em troca. Após a repercussão e os embates entre as Casas Legislativas, o político esclareceu que segue no apartamento por questões de saúde na família e graças a um outro imóvel cedido à Câmara pela União.
"A minha esposa, era deputada federal, Rejane Dias, por dois mandatos e morou neste apartamento. Ela era deputada federal até este último mandato, temos uma filha que é uma pessoa com deficiência (autista e com dificuldade de locomoção ). Este apartamento foi adaptado por conta da situação dela. Assim sendo eleito senador, e convidado e nomeado ministro, foi cedido pela área de gestão da União/SPU, um imóvel em permuta com este em que estou habitando", detalhou Wellington Dias.
Veja o documento:
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