Presidente do PRB diz que ex-diretor da PF não representa a sigla
Marcos Pereira afirma que indicação de Paulo Maiurino não teve aval do partido e demissão não é retaliação
SBT News
O presidente do PRB, deputado Marcos Pereira (SP), afirmou ao SBT News que o delegado Paulo Maiurino não foi indicado pelo partido para ocupar qualquer cargo no Executivo e que, por isso, não representa a sigla. Maiurino foi dispensado do cargo de diretor-geral da Polícia Federal nesta 6ª feira (25.fev).
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Integrantes do governo e da Polícia Federal ouvidos pela reportagam disseram que a demissão do então diretor-geral seria uma retaliação ao PRB. O presidente do Republicanos contesta a tese, uma vez que Maiurino não teria sido indicado pelo partido. Pereira acrescenta que o Republicanos segue à frente de uma das pastas com o maior volume de recursos da Esplanada, o Ministério da Cidadania. Recentemente, o titular da pasta, João Roma, participou da turnê do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Nordeste e é sempre citado pelo chefe do Executivo.
No início desta semana, Marcos Pereira reclamou publicamente das articulações feitas por aliados de Bolsonaro para filiar ao PL -- partido escolhido por Bolsonaro pra disputar à reeleição -- deputados e senadores que estão no DEM e no PSL, que juntos formarão o União Brasil. O parlamentar destacou que as negociações estariam privilegiando o PL e excluindo o Republicanos. O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, deixou o PRB e, como o pai, também se filiou ao partido de Valdemar Costa Neto, em novembro do ano passado.
A demissão de Maiurino aconteceu pouco mais de uma semana depois de a Polícia Federal emitir nota chamando o ex-ministro da Justiça Sergio Moro de mentiroso. O agora pré-candidato à presidência da República pelo Podemos criticou a gestão de Maiurino. Segundo Moro, as operações da PF contra criminosos envolvidos em casos de corrupção deixaram de ser realizadas a partir de abril do ano passado, quando Maiurino assumiu o cargo.
No lugar do então diretor-geral, assumiu o comando da PF o delegado Márcio Nunes, que era braço direito do atual ministro da Justiça, Anderson Torres. Para não deixar Maiurino sem função, Torres o convidou para assumir uma secretaria na pasta.