Psol pede investigação de Queiroga e Bia Kicis por vazamento de dados
CPF, telefone e e-mail de médicos pró-vacina teriam sido expostos em grupos bolsonaristas
A bancada do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) na Câmara dos Deputados protocolou nesta 3ª feira (11.jan) uma representação, no Ministério Público Federal (MPF), com pedido para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e a deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF) sejam investigados por envolvimento em vazamento de informações de médicos a favor da vacinação, contra a covid-19, de crianças de 5 a 11 anos.
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O caso aconteceu após os profissionais participarem da audiência pública, organizada pelo Ministério da Saúde no dia 4 de janeiro, sobre vacina contra a covid para crianças. Entre os alvos do vazamento, estiveram, de acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI).
Em nota de repúdio divulgada na semana passada, a AMB classificou o episódio como criminoso, "ataque à liberdade de pensamento e de expressão, tentativa de intimidação, além de método de incitar ameaças por parte das forças negacionistas a médicos comprometidos exclusivamente com a Ciência e a boa assistência aos brasileiros". Nesta 3ª feira, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) manifestou apoio ao posicionamento.
O Psol afirma que dados como CPF, telefone e e-mail dos três profissionais foram expostos em grupos bolsonaristas, a partir de documentos do Ministério da Saúde. Na audiência, os médicos apresentaram argumentos contundentes em defesa da imunização desse público-alvo - uma postura contrária ao que o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores vêm defendendo, dentre eles Bia Kicis", completa o partido em comunicado.
A representação protocolada no MPF afirma que está em curso "um amplo e sistemático modelo de disseminação de fake news, vazamentos e ameaças, promovido pelo próprio Governo Bolsonaro". Acusa o Executivo ainda de impulsionar os apoiadores à violência e, assim, gerar "graves consequências" para a democracia, a ciência e a saúde dos brasileiros.
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