"Na vida, a bíblia. No Supremo, a Constituição", diz Mendonça em sabatina
Indicado ao STF, o ex-ministro defendeu a democracia e o estado laico
O indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro e pastor André Mendonça, defendeu nesta 4ª feira (1º dez), em sabatina à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a laicidade do estado, apesar de ser "genuinamente evangélico" e disse que "não há espaço" para manifestações religiosas na Corte.
"Como tenho dito quanto a mim mesmo: Na vida, a bíblia. No Supremo, a Constituição. Portanto, na Suprema Corte, defenderei a laicidade estatal e a liberdade religiosa de todo cidadão, inclusive dos que não profeçam qualquer crença", disse.
"Ainda que eu seja genuinamente evangélico, entendo não haver espaço para manifestação pública religiosa durante as sessões do Supremo Tribunal Federal", completou. Mendonça afirmou ainda que, caso seja aprovado para o cargo, não fará ativismos ou interferências nas instituições.
Durante o discurso, o indicado à Corte defendeu a democracia e reforçou seu "compromisso irrestrito com a imparcialidade". Mendonça foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em julho, após dizer que queria um ministro "terrivelmente evangélico".
Desde então, a indicação estava parada na CCJ do Senado. O presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chegou a ser atacado por ser judeu, sob a alegação de que estaria impedindo a nomeação de Mendonça apenas por ele ser evangélico.
O senador, no entanto, nega as acusações e, inclusive, fez um desabafo emocionado na sessão que marcou a sabatina do ex-ministro. Mendonça é o segundo nome indicado por Bolsonaro ao Supremo. O primeiro foi o ex-desembargador Kassio Nunes Marques.