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Congresso

CPI avança sobre suposta propina e vai ouvir ex-servidor da Saúde na 4ª feira

A analista de contrato da Covaxin, Regina Célia, e a ex-coordenadora do PNI também depõem nesta semana

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Roberto Dias
• Atualizado em
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia terá pelo menos três depoimentos nesta semana para avançar na suposta questão de propina sobre a compra de vacinas. Um deles será o de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, exonerado após ser acusado de pedir gratificação de US$ 1 por dose de vacina. Também estão previstos para depor a servidora da Saúde Regina Célia Oliveira, que atuou como fiscal do contrato da Covaxin, e a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações Francieli Fontana Fantinato. 

+ Saúde demite diretor acusado de cobrar propina na compra de vacina

O primeiro depoimento será o de Regina Célia, previsto para 3ª feira (6.jul). A servidora deverá ser questionada sobre os valores de compra da vacina indiana Covaxin. Ela foi apontada pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e pelo irmão, servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, como a responsável por autorizar e fiscalizar a importação de doses do imunizante. O contrato de compra das doses apontava superfaturamento estimado em 1000%.

Na 4ª feira (7.jul), será a vez de Roberto Dias, servidor demitido da Saúde na última 3ª feira. Nomeado ainda na gestão do ex-ministro Henrique Mandetta, ele deixou o cargo após divulgação de uma reportagem em que Luiz Dominguetti afirmava ter recebido um pedido de propina para vacinas da AstraZeneca por Roberto Dias. A negociação teria ocorrido enquanto ele supostamente intermediava a empresa Davati Medical Supply. As declarações de Dominguetti foram reafirmadas em depoimento à CPI na última semana.

A Davati negou que Dominguetti fosse um representante da empresa. Um dos encontros entre ele e Dias, citados por ele, no entanto, foi confirmado em investigação da Controladoria-Geral da União (GCU), conforme afirmou o ministro Wagner Rosário ao SBT News.

O último depoimento previsto para a semana, até este domingo, é o de Francieli Fontana Fantinato. Ela coordenou o PNI por dois anos, e pediu para deixar o cargo na última semana. Nesse período, ela concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em que afirmou que declarações do presidente Jair Bolsonaro prejudicaram a estratégia de vacinação no país.

Cronograma da Comissão

O calendário da CPI foi divulgado neste domingo (4.jul), e deixa em aberto o planejamento para 6ª feira (9.jul) e para outras quatro sessões da próxima semana -- de 13 a 16 de julho. Entre os dias 18 e 31, o Senado estará em recesso parlamentar, caso a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) seja aprovada. Se não estiver até lá, a Comissão funcionará até 25 de julho.
 
Ricardo Barros na CPI
 
A ida do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), à Comissão ainda não foi agendada. A CPI aprovou a sua convocação na última 4ª feira (30.jul), e ele afirmou que gostaria de ser ouvido pelos senadores "o quanto antes". Neste domingo, o deputado voltou a dizer que aguarda ser chamado a depor, e disse que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a participação na CPI.

Barros foi citado em depoimento do deputado Luis Miranda, que afirmou que Bolsonaro suspeitava de que ele teria sido informado sobre supostas irregularidades para a compra da vacina Covaxin. O deputado também foi apontado como quem indicou o nome de Roberto Dias ao cargo de diretor de logística no Ministério da Saúde. Ele nega.

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