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Congresso

Pazuello desagrada senadores e deve ser ainda mais pressionado nesta 5ª

Ex-ministro da Saúde deu declarações controversas sobre crise de Manaus e recomendação da cloroquina

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Eduardo Pazuello
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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello enfrentará nesta 5ª feira (19.mai) mais uma longa sessão de depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Após oito horas de perguntas na sessão de 4ª feira (18.mai), senadores ainda estão insatisfeitos com as respostas do general sobre a crise de oxigênio em Manaus, da recomendação do Ministério da Saúde para o uso da cloroquina e das negociações pelas vacinas da Pfizer. 

Apesar de estar protegido por um habeas corpus, concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão do ex-ministro ainda é aventada por parlamentares. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) o acusou de mentir em suas respostas, e disse querer discutir com colegas sobre quais medidas tomar em relação às supostas falsas alegações. A avaliação de congressistas, contudo, é que o fato de Pazuello ser um general do Exército causa intimidação entre os membros do colegiado, além do fato de ele ter respaldo jurídico da Corte sobre "constrangimentos" durante a oitiva.

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O depoimento do ex-ministro foi suspenso depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deu início à ordem do dia no plenário da Casa. Pazuello também teria passado mal com uma crise de vasovagal. O senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, afirmou que fez o atendimento, mas o general negou que tenha se sentido mal. "Não, eu não passei mal", disse o ex-titular da Saúde a jornalistas. 

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O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), assim como a senadora Eliziane, alegou que o ex-ministro não foi verdadeiro nas respostas e disse que o general não está contribuindo com as investigações. O emedebista, que não tem tempo definido para fazer questionamentos, gastou aproximadamente cinco horas para interrogar Pazuello. Nesta 5ª feira, o general enfrentará ainda perguntas de 23 senadores. 

Vacinas da Pfizer

Durante o depoimento, Pazuello negou que tenha ignorado ao menos cinco ofertas da Pfizer em 2020 e disse que assinou, em dezembro do ano passo, o memorando de entendimento da farmacêutica sem a autorização de órgãos de controle, como a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

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No entanto, o TCU disse, em nota, que em "nenhum momento seus ministros se posicionaram de forma contrária à contratação da empresa Pfizer para o fornecimento de vacinas contra a covid, e tampouco o tribunal desaconselhou a imediata contratação em razão de eventuais cláusulas contratuais". Após confrontado, Pazuello admitiu que teria se confundido em relação ao TCU. 

Crise de Manaus e cloroquina

O ex-ministro também disse que o estoque de oxigênio hospitalar em Manaus ficou negativo por apenas três dias em janeiro deste ano. A declaração de Pazuello causou revolta nos senadores e o líder do MDB na Casa, Eduardo Braga (AM), alegou que foram ao menos 20 dias de colapso no sistema de saúde. "É só ver o número de mortos. É só ver o desespero", completou o senador. 

Questionado sobre a plataforma TrateCov, lançada durante sua gestão no Ministério da Saúde, o general atribuiu à secretária de Gestão do Trabalho da pasta, Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", a idealização do aplicativo. Segundo o general, a ferramenta foi desenvolvida para diagnosticar pacientes com covid-19. 

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"A secretária Mayra, trouxe como sugestão, quando voltou de Manaus dia 6, que poderia utilizar uma plataforma, já desenvolvida para isso, para facilitar o diagnóstico clínico feito pelo médico, e que iria iniciar esse trabalho para fechar a plataforma", disse. De acordo com o ex-ministro, a plataforma foi mostrada em 11 de janeiro, em Manaus, ainda em fase de desenvolvimento.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), interrompeu a fala de Pazuello para afirmar que o ex-ministro apresentou o aplicativo na cidade em 4 de janeiro, em uma coletiva de imprensa. Segundo o senador, Manaus foi feita de "cobaia" e o general teria cometido crime contra um estado. "E o grande problema do estado aconteceu uma semana depois. E chegar aqui e dizer... tudo pode se falar, negar cloroquina. Só não pode negar aquelas imagens das pessoas sem oxigênio no meu estado".

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