Governo do PA e consórcio construtor de Belo Monte se desentendem

Os governantes alegam que houve descumprimento de acordo; o consórcio perdeu a confiança das autoridades ao comprar máquinas e equipamentos fora do estado.

Na divisa com o Maranhão, a Secretaria da Fazenda do Pará reteve quatro carretas de minas, com 29 veículos destinados às obras da usina de Belo Monte, em Altamira, no oeste do Pará. No aeroporto de Belém foram apreendidos 250 computadores que vieram de São Paulo. Os produtos avaliados em quase R$ 2 milhões são resultado de quatro dias de operação. Isso fora os 118 caminhões adquiridos pelo consórcio em São Paulo. A compra de produtos fora do Pará quebra o acordo firmado com o governo, para redução do ICMS de 17% para 10%.

Um levantamento da Secretaria Estadual da Fazenda, feito nos últimos seis meses, mostra que 72% dos materiais comprados pelo consórcio de Belo Monte vieram de fora do Pará. Com isso o estado perde até 12% do valor de bens adquiridos.

O consórcio construtor Belo Monte  afirmou em nota que da preferência a fornecedores do estado assim como a contratação de mão de obra local, mas lembra também que precisa adquirir produtos específicos que não são fabricados no Pará.

Além de ter voltado atrás do incentivo, o governo do Pará exige o pagamento imediato de aproximadamente R$ 800 mil referentes à impostos e multas das mercadorias que vieram de fora.