Abin abriu sindicância para apurar uso de sistema de monitoramento por agentes espiões
PF prendeu dois servidores da agência e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão nesta 6ª feira
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou uma nota, nesta 6ª feira (20.out), em que afirma colaborar com a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) nas investigações sobre o uso indevido do sistema de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.
Na manhã de hoje, a PF prendeu dois servidores da Abin e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão durante a Operação Última Milha. Segundo os investigadores, o grupo espionava e monitorava servidores do STF, advogados, jornalistas, policiais e até mesmo ministros da Suprema Corte, por meio de um sistema de rastreamento usado pela agência, o First Mile.
Em nota, a Abin destacou que o First Mile, adquirido pelo órgão em dezembro de 2018, deixou de ser utilizado em maio de 2021. Uma sindicância interna foi instaurada, em março deste ano, para apurar a regularidade do uso do sistema.
"Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela Abin para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal", diz a nota.
Ainda de acordo com o órgão, os servidores investigados pela PF foram afastados cautelarmente.
"A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito", finaliza o órgão.
Leia a nota da Abin na íntegra:
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.
A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.
Todas as requisições da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmente atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.
A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados.
A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.