Celular de vítima gravou áudio de tortura na Grande São Paulo
Guardas municipais de Itapecerica da Serra são acusados de espancar jovens
SBT News
A polícia procura seis guardas municipais de Itapecerica da Serra, região metropolitana da capital paulista. Eles foram afastados do cargo e tiveram a prisão temporária decretada acusados de torturar seis jovens inocentes. O celular de um dos rapazes gravou o áudio da sessão de tortura. Além de espancar, os agentes obrigaram as vítimas a fazer sexo oral entre elas.
Os seis adolescentes foram abordados quando se divertiam empinando as motos em um antigo parque abandonado da cidade. No local, existe uma pista de motocross que costuma ser usada por motoqueiros. Segundo a Polícia Civil, os seis guardas espancaram os jovens e os obrigaram a fazer sexo oral entre eles.
Com medo de ser morto, um dos rapazes fez uma ligação para a mãe, durante a sessão de tortura, porque o celular tinha um rastreador. A mãe conseguiu gravar um vídeo do momento da ligação e registrou as ordens dadas pelos guardas. Os peritos conseguiram separar o diálogo dos guardas do outro lado da linha e a violência foi comprovada.
A pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias de seis guardas civis por crime de tortura. Eles foram reconhecidos pelas vítimas porque costumam publicar vídeos em redes sociais fazendo orações. O delegado Luis Roberto Faria Hellmeinster disse que vai individualizar a conduta de cada um.
"Todos que não tenham participado ficaram observando as agressões. O que a gente vai fazer é individualizar, realmente, esse, queria? Não queria? Esse, se eximiu de fazer alguma coisa? Para quando o juiz for graduar a pena, se condenados, poder avaliar com senso de justiça."
Entre os envolvidos, está o guarda civil Emanuel Formagio. Em 2019, ele se envolveu em um tiroteio, num posto de combustíveis, que terminou com a morte de dois inocentes. Emanuel e outro guarda foram abordados por ladrões. Eles reagiram e dois vendedores ambulantes que abasteciam o carro foram mortos a tiros. A namorada de Emanuel também morreu no tiroteio. Os seis guardas civis acusados de tortura estão foragidos.